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Produto da delação

Manifestantes pedem renúncia de Emanuel Pinheiro durante protesto na Câmara; fotos e vídeo

29 Ago 2017 - 08:45

Da Redação - Wesley Santiago / Érika Oliveira / Da Reportagem Local - Vinícius Mendes

Foto: Vinícius Mendes/Olhar Direto

Manifestantes pedem renúncia de Emanuel Pinheiro durante protesto na Câmara;  fotos e vídeo
Diversos manifestantes estão neste momento na Câmara de Vereadores de Cuiabá, onde fazem um protesto contra o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (PMDB), que aparece em um vídeo recebendo maços de dinheiro, que de acordo com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), seria referente a um "mensalinho" pago a parlamenteres. Eles pedem a renúncia do chefe do Executivo municipal.


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"Neste caso, o pedido de cassação seria mais eficaz. Acontece que seria mais complicado, que teria de ter a maioria simples dos votantes presentes. Na Comissão Paralmentar de Inquérito (CPI), o quórum seria um pouco menor, por isso estamos querendo a criação", disse Ulisses Moraes, coordenador do MBL. 
 
O protesto é organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) de Mato Grosso. O movimento surgiu após a divulgação, pela imprensa, do vídeo em que Emanuel aparece recebendo dinheiro do então chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio César Corrêa. O material consta da delação de Barbosa, homologada no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Os servidores chegaram mais cedo e proibiram a galera de entrar para protestar. Estão aqui na escada impedindo a gente de entrar", disse o manifestante Victor Müller.

Segundo o que apurou a reportagem, mais de 100 pessoas estão acompanhando a sessão na Câmara Municipal de Cuiabá. Muitas pessoas acabaram ficando para fora, já que não há mais lugares disponíveis. 

"Qual que não é sujo? Me aponta! Emanuel tem só oito meses de gestão. E o passado? Educação? Sei de funcionários que foram colocados lá por conta de política. Tem que ser certo com todos, se é com um, tem que ser com todos. Ele foi eleito por nós, de bairro periférico, sem dinheiro. Não sou funcionária de cargo, sou trabalhadora e vou lutar pelo prefeito até o fim", disse Maria Auxiliadora, que também está presente para acompanhar a sessão.


 
“O prefeito Emanuel Pinheiro já garantiu que não vai renunciar. O único caminho para retirá-lo do poder é via Câmara de Vereadores. E a grande maioria dos vereadores não está disposta a apoiar a saída do prefeito, sabe-se lá por que motivos”, disse o MBL na página do evento.


 
"Tem muitos vereadores ainda em dúvida, que vão manifestar seu voto daqui a pouco na sessão ordinária. Já haviam se posicionado na mídia, em torno de cinco a seis votos. A população é importante nesse momento e precisa ser escutada", declarou o vereador Felipe Wellaton (PV), que além de articular a instalação da CPI na Câmara, publicou um vídeo em seu Facebook convocando a população para o ato desta terça-feira.

Manifestantes, favoráveis e contrários a abertura da CPI, iniciaram uma pequena discussão na recepção da Câmara de Vereadores. O bate-boca protagonizado por uma mulher e um homem, não identificados, logo chamou a atenção de outras pessoas que começaram a bravejar “vergonha”. 

Veja:  



Por volta das 10h40, o movimento de protestantes já era minimo e, até as 11h, já não haviam manifestantes ocupando os corredores da Câmara de Cuiabá. 

Os votos

O requerimento de abertura da CPI foi apresentado pelo vereador Marcelo Bussiki (PSB), autor da proposta, que pediu o apoio dos demais vereadores e disse que a sociedade exige respostas do Legislativo.

“A abertura de uma CPI está fundamentada no regimento interno dessa Casa. Eu peço apoio dos colegas, para que possa abrir com a gente um procedimento de apuração. É necessário que a Câmara faça a apuração dos fatos, ninguém está condenando ninguém neste momento, mas é uma resposta que a sociedade exige”, afirmou.

Além de Bussiki, até o momento, somente os vereadores Felipe Wellaton e Joelson Amaral (PSC) deram votos favoráveis à abertura da Comissão.

“Nós não vamos nos eximir das nossas prerrogativas de Legislativo Municipal. Cabe sim à essa Casa levantar os fatos, cabe sim à essa Casa fiscalizar o poder Executivo. Eu não serei omisso”, declarou.

“Me indignou mais do que qualquer um dos crimes presenciados nesses 15 anos de policial militar que eu vivi. Essa Casa é uma casa política, ela tem que se posicionar todas as vezes que houver uma infração político-administrativa”, disse Joelson Amaral.

Contrários a abertura do procedimento, os vereadores Luiz Claudio (PP) e Renivaldo do Nascimento (PSDB) argumentaram que a Câmara não está aparelhada para apurar condutas possivelmente criminosas e que os atos de Emanuel Pinheiro já estão sendo investigados pelos órgãos competentes, Ministério Público e Policia Federal. “Não vou jogar para a torcida”, disparou Renivaldo. 

O vereador Dilemário Alencar (PROS), que iniciou a sessão sem ter certeza de seu voto, manifestou-se favorável a abertura da CPI, mas defendeu que Emanuel tenha direito à ampla defesa. O vereador aproveitou sua fala, na tribuna, para cobrar um posicionamento da Assembleia Legislativa no caso, pois segundo ele, o Legislativo estadual estaria sendo omisso. 

O vereador Gilberto Figueiredo (PSB) disse que chegou a ser abordado por eleitores na Feira do Porto, que os questionaram “se havia mensalinho na Câmara de Cuiabá”. O parlamentar convocou o prefeito para prestar esclarecimentos na próxima quinta-feira (31), durante a sessão plenária. “Se for para ser omisso e enfiar a cabeça no chão como avestruz, seria melhor renunciar”, disparou o vereador.

A votação oficial deve acontecer somente por volta das 12h. Embora os posicionamentos já estejam bem definidos, até o momento, os vereadores permanecem discutindo o requerimento de abertura da CPI.

O caso
 
Foi divulgado no último dia 24 de agosto um vídeo, entregue pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, os então deputados estaduais Luciane Bezerra (PSB), Alexandre César (PT), Herminio Barreto (PR) e o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), aparecem recebendo dinheiro vivo das mãos de Sílvio César Corrêa, chefe de gabinete na época.
 
Segundo Silval, o pagamento seria referente ao “mensalinho” repassado a parlamentares para garantir apoio ao seu Governo. Por meio de nota pública Emanuel Pinheiro limitou-se a declarar  "tenho a verdade do meu lado, 28 anos de vida pública transparente como minha principal testemunha para enfrentar esta injustiça".



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