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Quinta-feira, 15 de agosto de 2024

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Reprodução simulada

Família de homem morto em operação policial acusa defesa de PM de tentar mudar os fatos; fotos e vídeos

Foto: Vinicius Mendes

Família de homem morto em operação policial acusa defesa de PM de tentar mudar os fatos;  fotos e vídeos
Por volta das 9h desta quinta-feira (28) foi iniciada a reprodução simulada do assassinato de André Luiz Alves de Oliveira, cometido em operação policial realizada no bairro CPA III, em Cuiabá, em agosto de 2016. A Polícia Civil prevê que a ação dure entre três e quatro horas. A mãe de André, Eloísa de Oliveira, acredita que a reprodução é uma tentativa da defesa de mudar os fatos.


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Sete colaboradores, que estiveram no dia, e oito atores da Polícia Civil participam da atuação. Os colaboradores irão reproduzir suas versões um por um, em separado. O advogado da defesa do major Wanderson, Ricardo Monteiro, afirma que a reprodução irá facilitar os trabalhos dos advogados, da promotoria e da juíza, para elucidar o caso.

"A reprodução simulada dos fatos, se foi deferido é porque a juíza entendue que é necessária. A maior dificuldade que nós temos é entender o palco dos acontecimentos lendo um papel frio. E com a reprodução é possível ter uma visão mais completa e isso facilita o trabalho dos advogados, do promotor e da juíza", afirmou.

A mãe de André Luiz, Eloísa Alves de Oliveira, afirma que o pedido da defesa em realizar a reprodução simulada é uma tentativa de mudar os fatos. Ela cobra que o major seja preso, já que é réu confesso do crime.

"O réu já confessou, disse que matou, então eu estou achando que a defesa está querendo fazer uma mudança, daquilo que já está consumado. Não interessa se ele tem farda ou não tem, desde quando ele confessou que matou meu filho, que não tinha arma, e isto está claro nas fotos, ele não fez o que um policial tem que fazer, ele se achou o próprio Deus. A lei tem que ser igual pra todo mundo, então ele tem que pagar. Isto que estão fazendo tem que ser pra trazer a verdade a tona e eu espero que ele vá pra cadeia", disse a mãe.

O advogado da defesa afirma que André estava em posse de uma arma no momento em que foi assassinado. O advogado de acusação, Sebastião José de Souza, no entanto, afirma que a arma foi implantada e que as imagens captadas pela imprensa no dia do ocorrido comprovam que André se entregava.





O delegado André Renato Gonçalves, que conduz a reprodução, alega que não há prazo determinado para o encerramento da ação. Ele também explicou que: "foi requerido pela parte, a juíza deferiu e hoje a autoridade policial que investigou os fatos está fazendo a reconstituição".

O caso
 
Na ocasião, os militares Élcio Ramos Leite e Wanderson José Saraiva, que atuavam no setor de inteligência do 24ª Batalhão da Polícia Militar, no Bairro São João Del Rey, foram designados para obter informações sobre a comercialização ilegal de armas de fogo na região do CPA. André Luiz e Carlos Alberto estariam usando grupos formados através do aplicativo "WhatsApp" para oferecer à venda uma arma de fogo, tipo revólver, calibre 38, numeração 386944.
 
No dia 02 de agosto, por volta das 14h, os policiais militares Élcio e Wanderson José, a paisana, marcaram encontro com Carlos Alberto próximo ao terminal do CPA II, se dizendo interessados em adquirir a arma. Uma operação foi montada para dar suporte aos dois policiais caso o crime fosse constatado e a prisão em flagrante tivesse de ser realizada.
 
Do terminal, o denunciado seguiu com Elcio e Wanderson até sua residência, onde funciona uma distribuidora de água, no CPA III. Lá, o policial Wanderson percebeu que Carlos Alberto estava com uma arma na cintura e se recusou a entrar no quintal e na residência. Nesse momento, Carlos Alberto agiu com violência na tentativa de obrigar o policial a entrar, foi quando entraram em luta corporal.
 
André Luiz, que estava dentro da casa, teria sacado o revólver e ido dar apoio ao irmão, apontando a arma para o policial Elcio, o atingindo com um tiro na cabeça. Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi cometido por motivo torpe, “praticado com o fim de impedir a atividade policial que estava sendo regularmente exercida no combate à venda ilegal de armas pelo denunciado e seu irmão”.
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