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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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Operações da PF sobem 52% em um ano: “Nosso objetivo nunca foi fazer saneamento político”, diz delegado

Foto: Vinicius Mendes

Operações da PF sobem 52% em um ano: “Nosso objetivo nunca foi fazer saneamento político”, diz delegado
O número de operações da Polícia Federal em Mato Grosso já é 52% maior em 2017 do que foi em todo o ano de 2016. O delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Sérgio Mori, acredita que a maior divulgação de operações bem sucedidas provocou uma estima maior da sociedade pela Polícia Federal. Através de casos como da Operação Ararath, que conseguiu alcançar pessoas poderosas. No entanto, para que haja uma mudança na sociedade ele afirma que é preciso uma ação da própria população, e não só da Polícia federal.


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Em 2016 a Polícia realizou 19 operações em Mato Grosso. Em 2017 foram 29, até este momento. Várias destas operações tiveram muita repercussão na mídia. Isto também provocou uma imagem mais positiva da PF para a sociedade.

“Não é que a polícia seja a heroína, a função dela é esta, combater a criminalidade. À medida que existe uma divulgação grande, é lógico que isto acaba trazendo o interesse da população pelos casos. E evidentemente, como tiveram operações grandes, como a Ararath aqui, a Lava Jato, e tantas outras, pegando pessoas que tem um potencial para causar um dano muito grande à sociedade, é natural que a população se interesse e apóie a Polícia Federal. Afinal de contas a gente está trabalhando para a população, para a sociedade, nosso trabalho é voltado a isso, não é um trabalho voltado a perseguir criminosos, é pra servir a sociedade, que tem interesse que estes delitos parem”, disse o delegado.

A Ararath, é uma operação realizada pela PF, responsável em apurar a realização de pagamentos por parte do Governo de Mato Grosso, em desacordo com as determinações legais, para empreiteiras, além do desvio desses recursos em favor de agentes públicos e empresários através a utilização de instituição financeira clandestina. O delegado Sergio Mori disse que ela foi uma das que mais causou impacto.

“Não sei se em número de mandados, porque alguma antigas também foram grandes, na área ambiental teve a Arca de Noé, a dos Sanguessugas, mas nos tempos recentes a Aratath foi das maiores, e com mais implicações, tanto que até hoje está saindo alguns frutos deste trabalho. Ela não é uma operação finda, ela vai se renovando conforme vão chegando mais informações, e eu acredito que ela ainda vai se prolongar por bastante tempo, porque a partir de uma informação, nascem outras e assim segue”.

O delegado acredita que as recentes operações da PF ganharam muita visibilidade justamente por atingir pessoas com grande poder, mas que muitas outras sempre ocorreram.

“Combate sempre teve muito, por parte da Polícia Federal, mas calhou de ser um período em que várias operações tiveram grande êxito em pegar pessoas com poder, tanto econômico quanto político, um tanto maior, e isso chama mais a atenção, mas sempre houveram investigações, talvez o que esteja acontecendo agora é um aprimoramento, principalmente nesta área”.

Ele também afirma que o trabalho da Polícia Federal não é de fazer uma “lavagem” na política brasileira, mas apenas de combater crimes, onde quer que aconteçam.

“O objetivo nosso não é, nem nunca foi, fazer saneamento político, essa não é a função da polícia, fazer uma cruzada de resolver os problemas da política, não. A nossa função é simplesmente verificar ondem existem os crimes e esclarecer, para que aí a justiça seja feita pelo órgão competente, que é o Poder Judiciáirio”.

Neste momento a Polícia Federal é vista com bons olhos pela sociedade, no entanto, o delegado disse que podem haver situações em que a polícia tome decisões não tão populares, para proteger o interesse público.

“A polícia está para servir a sociedade, as pessoas precisam entender isso. Nem sempre as medidas que a PF toma são as mais simpáticas. Neste momento a socieade está vendo a polícia com bons olhos, está gostando deste papel, e isso é ótimo, melhor assim. Mas em algum momento pode ser que alguma medida impopular seja tomada também pela polícia. Então é importante ficar bem claro que o principal é sempre o interesse público, da coletividade, para jamais desfavorecer uns e favorecer outros, é fazer a aplicação da lei pura e simples”.

Para que haja uma mudança no cenário político do Brasil, o delegado avalia que a responsabilidade é da própria população e que o trabalho da PF é de simplesmente trazer os criminosos à Justiça.

“Mas já está havendo uma mudança, na percepção da sociedade com relação aos crimes. A corrupção está sendo debatida hoje. As pessoas se questionam, se são corruptas, se participam disso, eu vejo que na sociedade gerou uma discussão e eu acho que a sociedade é quem tem que mudar se o sistema político não está bom, não a polícia. A nossa parte, independente do sistema estar ruim ou ótimo, a gente vai continuar fazendo o serviço do mesmo jeito. Toda vez que houver um desvio, e sempre vai ter algum, infelizmente, é natural sempre ter alguém tentando burlar normas, mas nosso trabalho é trazer estas pessoas à Justiça, para que respondam pelos atos”.
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