Arredio a entrevistas nos últimos meses, o ex-prefeito Mauro Mendes (sem partido), afirmou que atualmente se dedica 100% às suas empresas e que somente em abril de 2018 decide sobre candidatura ao governo de Mato Grosso ou Senado da República. Todavia, ele admitiu que tanto a pré-candidatura quanto a futura aliança que vai amparar o projeto político já se encontra “em fase de construção”, para não ficar tudo dependendo de entendimentos de última hora.
O ex-prefeito observou que tem muito trabalho pela frente e que o seu grupo empresarial depende do esforço de cada um, onde é auxiliado pela ex-primeira-dama Virgínia Mendes, sua mulher. Ele comanda a recuperação do Grupo Bipar, constituído pelas empresas Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda, Bipar Energia S.A., Bipar Investimentos e Participações S.A., e Mavi Engenharia e Construções Ltda.
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“Hoje o meu projeto é cuidar das empresas e da família. Tenho trabalhado muito nisso [recuperação judicial da Bimetal] e não dá para ficar conversando de política a todo instante”, afirmou ele, após participar de evento promovido pelo ministro da Agricultura e Pecuária, senador mato-grossense Blairo Maggi (PP), em sua residência.
Embora conviva com a oposição dos filhos, ele já tem o apoio da mulher Virgínia Mendes. Nas candidaturas anteriores, os filhos eram crianças ou adolescentes e tinham pouca influência na decisão final. Hoje, Mendes tem filho de 23 anos.
A distância da família é outro fator que provoca reflexão no ex-prefeito da Capital. Mendes recordou que, quando era prefeito de Cuiabá, ficava vários dias sem ver sua filha Maria Luíza, xodó e caçula do clã.
“A política é uma coisa que te consome demais! Quando estava na Prefeitura de Cuiabá, ficava três ou quatro dais sem ver minha filhinha [hoje com três anos]. Eu saía para o trabalho, ela estava dormindo; e, depois, chegava, às 21 horas ou 22 horas e, novamente, a via dormindo. Então, de repente, me vejo perguntando se vale a pena tal sacrifício [ficar longe da filha], porque a família sofre muito”, sintetizou Mendes, ao lado de Maggi.
Mauro Mendes não quis avaliar uma possível disputa com o governador José Pedro Taques (PSDB), provável candidato à reeleição. Eles são aliados desde 2010, quando Mendes disputou o governo de Mato Grosso e sua expressiva votação contribuiu decisivamente para a vitória de Taques ao Senado da República, deixando para trás pesos-pesados, como o ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB) e o então deputado federal Carlos Augusto Abicalil (PT).
“Nem eu sei se serei [candidato] ou não, como vou responder por ele [Taques]? Eu não tenho o dom de prever o futuro. Respondo por mim, apenas. O futuro pertence a Deus”, emendou Mauro.
Blairo Maggi não quis falar sobre a candidatura de Mauro Mendes e observou que se tratava de “reunião de amigos”, onde o último tema seria política. “Vamos comer e beber. Matar saudade”, resumiu Maggi, enquanto cortava um carneiro que temperou e assou para receber os convidados.
Além de Maggi, entre os líderes que exortaram Mauro Mendes estavam o senador José Aparecido Cidinho Santos (PR) e os vereadores do PP da Câmara de Cuiabá: Paulo Araújo, Demilson Nogueira, Diego Guimarães e Vinícius Hugueney, atual titular da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Econômico da Capital.
