Voluntários da Associação de Amigos da Criança com Câncer (AACC) realizaram nesta semana um Natal especial para as crianças e adolescentes com câncer amparadas pela associação em Cuiabá. Um papai Noel compareceu ao evento para entregar presentes aos pequenos.

Leia mais:
Natal na segunda casa: Crianças da AACC brincam enquanto mães se apegam na união

A AACC dá assistência às famílias de crianças e adolescentes de Cuiabá e Várzea Grande que lutam contra o câncer, mas também abriga famílias que vêm do interior do Estado para fazer o tratamento. A instituição sobrevive exclusivamente de doações e o presidente da AACC, Claudemir Ferreira da Silva diz que este tipo de ação ajuda no tratamento das crianças.

“Hoje foi um dia memorável, para eles participarem e terem esta festa de natal. Estão tendo momentos de diversão, de alegria, de brincadeiras, mas também, por outro lado ajuda muito porque enquanto eles estão aqui festejando eles esquecem que estão doentes, as famílias se reúnem. E a AACC tem como missão promover este tipo de evento para que as crianças tenham condições te terem seus momentos de alegria”, disse.

O presidente disse que esta festa também só aconteceu graças às doações. Eles ganharam a comida, o serviço, os presentes que foram dados às crianças e também a visita do papai Noel do Várzea Grande Shopping.

Quando viram a chegada do papai Noel no caminhão dos bombeiros, animadas, as crianças correram para abraçá-lo. Este tipo de sentimento só ajuda o tratamento, afirma Claudemir.

“Isso ajuda muito na elevação da imunidade deles, porque enquanto eles estão aqui, estão se divertindo, brincando, pulando, correndo, então é sinal de que a cabeça deles não está pensando no problema, na doença. Colabora muito não só para as crianças, mas também para as mães. Então a nossa missão é essa, não é só oferecer a hospedagem, a alimentação, o transporte para as famílias carentes, mas também tratar o psicológico deles”.

Ceni Carolina Dutra, mãe do pequeno Lohan, de oito anos, veio de Barra do Garças e já está na casa da AACC há quatro anos, tempo que seu filho vêm lutando contra o câncer. Ela diz que ver seu filho feliz também alivia suas preocupações.

“É um meio de transmitir alegria para as crianças, um pouquinho de felicidade, para se divertirem, muito boa a festa. E é um aconchego para a gente, eles se divertem e esqueceem da rotina um pouco. Pra mim é muito bom, porque em ver a felicidade dele eu também fico muito feliz”, disse.

Edilma Arimateia, mãe de uma bebê de dois anos que foi diagnosticada aos 10 meses de vida, mora em Cuiabá, não se hospeda na casa da AACC, mas mesmo assim recebe assistência da instituição. Ela disse que a princípio ficou assustada com o diagnóstico da filha.

“A medida que você começa a ver com o que você está lidando, você perde todo o chão, porque todas as vezes que alguém é diagnosticado com câncer é como se fosse uma sentença de morte, eu pensei “nossa, vai morrer? Acabou de nascer”. E de repente você vê que não é assim, é uma coisa completamente estranha e desconhecida, mas tem chance, a minha filha é a prova disso. E ela é bem tratada, não tem nenhum tipo de sequela graças a deus, e é peralta, muito peralta!”.

Ela disse que encontrou a AACC assim que sua filha recebeu o diagnóstico. Após fazer um cadastro ela começou a receber uma ajuda mensal de leite, alimentos e remédios. Além deste amparo material, Edilma diz que as festas, em todas as datas comemorativas, ajudam a elevar os ânimos.

“Não é só aquela necessidade material, mas na questão das festas, isso levanta tanto o astral dos pais, que vêm que as pessoas se importam com seus filhos. As crianças estão passando por estas situações dolorosas, que é o tratamento do câncer, e isso vem pra alegrar o espírito, tanto da criança, que vão se sentir mais a vontade, porque se você passa nos hospitais você vê eles lá deitados, tristes, naquela angústia da dor e do sofrimento da reação do tratamento, então eu acho que estas coisas que eles oferecem, nestas festas, que não é só o natal, tem em todas as datas, na páscoa, dia das crianças e o natal, tudo isso é para renovar a esperança da sua cura, a esperança da sua batalha, renovar a sua fé, e trazer uma alegria a mais”.

A instituição sobrevive apenas com doações. O presidente da AACC disse que sempre precisam de ajuda, mas sempre tiveram sorte em contar com doadores que nunca os esquecem.

“Graças a deus nós nunca tivemos momentos de privação por doação, porque a sociedade entende que a causa da AACC é a criança e o adolescente com câncer, e a nossa missão é lutar junto com elas contra o câncer infanto-juvenil. E dos que deixaram de ajudar, muitos hoje já voltaram a ajudar porque entendem a nossa missão e muitos outros novos estão aparecendo. A fartura que tivemos hoje, de alimentos e brinquedos, é por causa deles. A sociedade tem estado junto com a gente. Sempre precisamos, e graças a Deus não nos esquecem”.