Sob juramento de só dizer a verdade à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó da Câmara de Cuiabá, o ex-governador Silval Barbosa (ex-PMDB) jurou por tudo quanto é sagrado que devolveu muito mais do que furtou do Tesouro do Estado. Ele entende que a roubalheira em seu governo destruiu a sua vida.
“Eu acabei com a minha vida. Tem um discurso que eu fiquei com R$ 1 bilhão, mas tudo está esclarecido nesta delação. Eu devolvi muito mais do que eu me apropriei”, observou ele, ao lembrar da devolução de mais de R$ 80 milhões, para honrar o compromisso assinado com o Poder Judiciário de Mato Grosso, na delação premiada, como forma de deixar o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) e reconquistar a liberdade.
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Silval devolveu cerca de R$ 10 milhões ao Tesouro do Estado. No cômputo do valor devolvido por sua família, onde estão inclusos a esposa Roseli da Cunha Barbosa, também sócia; empresário Antônio da Cunha
Toninho Barbosa, seu irmão; e o médico Rodrigo Barbosa, seu filho; supera a R$ 80 milhões.
Os rumores disseminados em auditorias da equipe do governador José Pedro Taques (PSDB), de que teria surrupiado mais de R$ 1 bilhão, segundo ele, não são verdadeiros. “Vocês vão ver para onde foram os dinheiros de incentivos fiscais, obras da Copa, entre outros. No meu governo, passava R$ 50 mil reais a mais”, ponderou Silval, deixando no ar a necessidade de seqüência às investigações.
Servir de exemplo
Silval disse que fez a delação para sair da cadeia e para não ficar coma consciência pesada, mas sem o objetivo de condenar ninguém previamente, tampouco o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB). “Não estou aqui para condenar ninguém. Quero servir de exemplo para que outras pessoas não cometam os erros que cometi. Estou muito confiante na Justiça, tenho compromisso com a verdade. Isto acontece até hoje, infelizmente”, cutucou o ex-governador
Sem citar nomes, Silval Barbosa lembrou que recebeu visitas de personalidades do atual governo. “Quando estive preso, várias autoridades do atual governo estiveram lá e me relataram diversas coisas. Isto tem que acabar. Estou confiante em Deus, acima de tudo e na Justiça”, complementou Barbosa.
O depoimento de Silval na CPI da Câmara de Cuiabá foi o mais longo até o momento e houve perguntas de praticamente todos os vereadores.
