Encarregado de iniciar as articulações políticas do projeto de reeleição do governador Pedro Taques (PSDB), o secretário de Governo Domingos Sávio, que já vem sendo chamado nos bastidores de “super-secretário” do tucano, garantiu que caso os adversários do governador decidam utilizar as operações deflagradas pelo Ministério Público contra Taques durante a campanha, a resposta será dada à altura. Para Sávio, há chances reais de as prisões dos primos do governador, os advogados Paulo e Pedro Jorge Taques, serem aproveitadas durante as eleições.

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“Os adversários vão utilizar isso, é natural da política. Vão procurar qualquer vínculo, ligação por conta do sobrenome, mas aí nós vamos saber rebater. Mas eu não acho que isso prejudique nas articulações. Aponte para mim um Governo que não foi investigado. Os órgãos de controle estão aí para isso”, avaliou.

Os primos do governador, ex-secretário chefe da Casa Civil Paulo Taques e o advogado Pedro Jorge Zamar Taques, foram presos na segunda fase da ‘Operação Bereré’, que investiga esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso.

Esta é a terceira prisão de Paulo Taques, mas a primeira envolvendo investigação em esquema de corrupção. Nas outras duas vezes o advogado teve a liberdade restringida por supostamente estar envolvido no escândalo dos grampos ilegais operados em Mato Grosso, por núcleo da Polícia Militar.

É a primeira vez, no entanto, que o advogado Pedro Jorge Zamar Taques, irmão de Paulo Taques, é acusado de envolvimento em um dos esquemas. De acordo com o Ministério Público, ele utilizava de seu conhecimento jurídico para criar artimanhas que camuflassem o recebimento de propina e a participação de seu irmão no esquema.

Pedro Taques garantiu que não irá permitir que usem a prisão de seus primos para denegrir a imagem de sua família e afirmou que não teme a possibilidade de atrelarem seu nome ao caso. “Eu não tenho medo de julgamentos, eu não tenho medo de investigação, eu não tenho medo de absolutamente nada disso”, declarou o governador.

Para Domingos Sávio, mesmo que as acusações contra os irmãos Taques se confirmem, o governador não deve ser responsabilizado. “A máquina do Governo é muito grande, muitas vezes nós estamos na rua e não temos controle do que acontece dentro da nossa própria casa, imagine uma estrutura de um Governo do Estado. Muitas vezes se coloca uma pessoa lá e não tem como controlar aquela pessoa”, pontuou.