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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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PROTESTO

Recém-nascido morre e mãe denuncia violência obstétrica no Hospital Geral

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Recém-nascido morre e mãe denuncia violência obstétrica no Hospital Geral
Luana Lacerda Pinto, 21 anos, deu à luz seu filho Pedro Henrique Lacerda no Hospital Geral Universitário (HGU), em Cuiabá, após quase dez horas de dor e o sofrimento. O recém-nascido ficou aproximadamente 15 dias internado na UTI Neonatal, mas não resistiu e morreu na ultima sexta-feira (20). Para chamar a atenção sobre o caso, a família realiza uma manifestação a partir das 16h em frente a unidade médica.


"Cheguei ao hospital pronta para dar à luz meu segundo filho às 02h30min da manhã do dia 07 de julho, e viver o dia mais feliz da minha vida. Mas saí de lá com ele morto",  relatou a mãe.

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Luana diz que quando chegou ao hospital foi encaminhada para um quarto de espera onde ficou das 02h30 até as 15h20 da tarde, horário do parto, onde o tempo todo conforme relato informou a equipe que estava com muita dor e que não poderia ter a criança de parto normal, pois não tinha dilatação e o médico informou que seria normal, e mais uma vez disse que não tinha dilatação.

"Passei a manhã toda com muita dor, por várias vezes chamei a equipe para informar que não tinha dilatação e somente no período da tarde quando eles viram que eu não estava mais aguentando e eles tentaram fazer o parto normal e perceberam que não tinha dilatação, colocaram aparelho para ouvir o coração do bebê e não ouviram os batimentos, foi ai que eles perceberam que o meu útero tinha estourado e então resolveram fazer a cesariana de emergência e me levaram para a sala de cirurgia as pressas, daí não vi mais nada", disse.

Luana ainda lembra-se dos momentos de dor que passou no hospital e relata que após ser levada para a sala de cirurgia, foi anestesiada e antes que a mesma fizesse efeito à equipe médica retirou o feto puxando com as mãos o que a fez sentir muita dor.

O pai da criança, Paulo da Silva disse que por várias vezes tentou avisar que a esposa não tinha condições de ter um parto normal, devido a não ter dilatação e que foi ignorado, sendo informado de que a esposa iria ter a criança de parto normal.

Luana deu entrada no hospital no dia 07 de julho, sendo liberada no dia 11 do mesmo mês. Já o bebe ficou na UTI Neonatal por aproximadamente 15 dias vindo a óbito na ultima sexta-feira (20). Familiares estão indignados e alegam que o bebê já nasceu morto e que ao dar entrada no hospital o pai da criança apresentou documento do pré-natal onde indicava parto cesáreo devido à falta de  dilatação. Conforme o laudo médico a paciente não poderá entrar em trabalho de parto em futuras gestações devido à rotura uterina.
 
Conforme algumas mães que preferiram não revelar seus nomes, esse tipo de atitude é muito comum em hospitais, tanto na rede pública como na privada, elas relataram na entrevista que geralmente as mulheres que reclamam mais de dor são censuradas e chacoteadas com palavras como "Na hora que fez não doeu" "Se continuar com frescura eu não vou te atender" e tantas outras. "Imagina uma gestante ouvindo esses tipos de frases na hora do parto, isso é mais comum do que se imagina", relatou uma mulher.

Uma Funcionaria Pública que não quis revelar o nome por medo de represália, disse que também já foi vitima de violência obstétrica e que quando tomou conhecimento do caso da Luana resolveu se pronunciar, então procurou a família e ofereceu ajuda no sentido de colocar a publico o ocorrido.

"isso é um crime e não podemos aceitar que esse tipo de coisa continue acontecendo em nosso Estado, estamos em uma época em que temos o direito de falar, de denunciar. Me sensibilizei com essa mulher, pois também por uma situação bem parecida, hoje tenho uma filha que sofre com epilepsia e vejo tantas outras mulheres falarem sobre essas atitudes na hora do parto que resolvi levantar uma bandeira por essa causa aqui em Cuiabá e incentivar outras mulheres a também fiscalizarem em suas cidades, temos que nos unir senão mais mulheres serão vitimas desse tipo de violência. Acredito que o governo deveria realizar um trabalho mais amplo e fiscalização contra esse tipo de ação, bem como também trabalhar a importância do planejamento familiar, com campanhas mais eficientes, a vida é preciosa para ser acabada dessa forma". 

Protesto

Os familiares da mãe de Pedro Henrique Lacerda Silva vão realizar nesta segunda-feira (23), às 16h, em frente ao Hospital Geral Universitário e segue em passeata até a Praça Ipiranga, um protesto para cobrar dos governantes que investiguem os hospitais, melhorias na saúde, que investigue o caso que e principalmente a questão da violência obstétrica.

Outro lado 

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do HGU disse que toda assistência no parto da paciente foi dada, estritamente dentro das normas e recomendações técnicas do Ministério da Saúde, através do seu Manual de Assistência ao Parto e dos programas Rede Cegonha e Apice On, dos quais o hospital faz parte. 

Veja a íntegra do posicionamento: 


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