Cumprindo prisão domiciliar a mais de um ano por corrupção, o ex-governador Silval Barbosa (sem partido) voltou a reprovar a administração do governador Pedro Taques (PSDB) e disse ter deixado as contas do Estado equilibradas, com pagamento de salários dos servidores em dia, com a construção de mais estradas e com um índice de emprego muito maior que a gestão de seu sucessor.

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De acordo com Barbosa, o tucano não trouxe obras e empregos para os mato-grossenses. Ele ainda garantiu que todo o asfalto que o sucessor fez no interior, deixando claro que não foram 2,6 mil quilômetros como é divulgado, são de convênios trabalhados na gestão passada.

“O Estado era o maior canteiro de obras, eu gerei mais de 40 mil empregos no meu governo. Hoje em dia é o maior índice de desemprego, não existe uma obra. Eu desafio, não importa o número de asfalto que este governo fez no interior. 80% é de convênio que eu trabalhei durante os quatro anos e deixei pronto para ele executar. Vou ser otimista com o governo dele, fora o que eu deixei, ele executou 20%. Sei que ele não fez 2,6 mil quilômetros de asfalto nunca”, disse o ex-governador.

Barbosa também voltou a lembrar que os últimos dois anos da gestão Taques arrecadou mais que todo o seu governo e que mesmo assim ele não cumpriu com seus compromissos com os servidores públicos, tendo que escalonar salários até hoje.

“Se juntar os quatro orçamento desde 2011 do meu governo, os outros dois últimos orçamentos, de 2017 e 2018 ultrapassam o que eu arrecadei em quatro anos. Deixei a folha em dia. Quem tem que investigar isso são os órgãos de controle. Eles que devem fazer este papel de ver o que aconteceu com o Estado. Eu deixei o estado equilibrado, os servidores recebiam em dia sempre no último dia do mês, recebiam o décimo terceiro e o RGA era tudo certinho”, afirmou.

O ex-governador ainda disse que Taques não tem moral para criticá-lo por seu governo também ter casos de corrupção e por ele estar sendo acusado, inclusive em delações premiadas, de estar envolvido. Ele também orientou o tucano a ir ao Ministério Público se explicar.

“Falam que Silval desviou dinheiro, mas tudo que eu fiz estou dizendo e colaborando com a justiça. É o que o atual governo tem que fazer também. Se ele errou, ele que veio do Ministério Público, deveria ter o mesmo comportamento que o meu. Tantas denúncias e delações que estão fazendo, ele deveria fazer o mesmo que eu e colaborar com a justiça, não ficar se escondendo atrás de uma campanha que não existe. Tem pessoas que estão falando meu nome indevidamente tão problemáticas e ainda tem a coragem de falar do meu nome”, concluiu.

Silval Barbosa foi preso em 2015 e permaneceu detido no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) por um ano e oito meses. Em 2017, por conta de seu acordo de delação premiada, o ex-governador migrou para prisão domiciliar diferenciado, não podendo se ausentar da sua residência sem autorização da Justiça e devendo ser submetido ao uso de tornozeleira eletrônica em tempo integral.

No fim do ano passado, Barbosa foi condenado a 13 anos e sete meses de prisão por liderar uma organização criminosa que desviou R$ 2,5 milhões dos cofres públicos.