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Edição 2018

Parada da diversidade em Cuiabá tem tema político: "nosso voto, nossa voz" ; fotos

22 Set 2018 - 16:21

Da Reportagem Local - Thaís Fávaro / Da redação - Isabela Mercuri

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Parada da diversidade em Cuiabá tem tema político:
Neste sábado (22), a partir das 14h, começou a 16ª Parada da Diversidade LGBT de Cuiabá. O evento que acontece todos os anos, percorre as principais avenidas da cidade, o início da concentração será às 14h na Praça Ipiranga, percorrendo a Tenente Coronel Duarte (Prainha) e 15 de novembro até a Orla do Porto. O evento conta com o apoio da Polícia Militar para garantir a segurança dos participantes.


Clóvis, um dos organizadores da Parada (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

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Cerca de 65 policiais participaram dando segurança aos participantes da Parada da Diversidade que esse ano tem o tema "Viver é um ato político: Nosso Voto, Nossa Voz". O evento está em sua 16ª edição e é organizada por representantes e participantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

A escolha do tema tem como objetivo conscientizar sobro o apoio a temáticas das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros no Legislativo e no Executivo mato-grossense.

Josiane Marconi, participante do movimento 'Mães pela Diversidade', foi uma das organizadoras da Parada. Nesta tarde, ela contou ao Olhar Direto sobre a importância do movimento: "A gente ajuda as mães que não conseguem aceitar, porque eu sempre falo que a base do preconceito é a ignorância. Mas a ignorância no sentido de não saber lidar, não conhecer a comunidade LGBT, não saber o que é", disse. "[Nós falamos] Deixem o preconceito de lado. Deixe o amor ser maior do que o preconceito. Ame seu filho e sua filha, porque ele precisa disso. Seus filhos precisam de apoio das mães, porque são o porto seguro que eles têm".

Josiani (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Sobre o tema político, Josiane lembrou da imporância de se posicionar contra o candidato Jair Bolsonaro. "Ele nunca, ele não, ele jamais. Um homem que diz que filhos gays precisam levar porrada, além de ter um discurso de ódio, não tem educação. Ele é um homem que faz apologia ao ódio, e isso pras mães são coisas muito dolorosas". 

Luiz, também participante da Parada, estava com uma camiseta escrito "Ele Não", e lembrou das violências que já presenciou. "A partir do momento em que a gente tem nossos direitos negados, a gente já sofre discriminação. Por eu ser um gay ‘não afeminado’, digamos que eu nunca sofri nenhuma agressão, mas na pratica nós vemos nossas amigas que sofrem preconceito, as travestis que vivem num meio totalmente preconceituoso, que vivem nesse meio, que é complicado. Tem também o fato de a gente vivenciar e conhecer o preconceito contra pessoas que moram na periferia, mais afeminados, que são xingados na rua, eu já vi uma travesti sendo xingada só por ser afeminada. Fora daqui eu já vi um casal apanhando por estar abraçado, e vi também uma mãe com uma filha que foram xingadas, empurradas, por estarem abraçadas e andando na rua", lembra. 

Luiz (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Rodolfo, da comunidade dos 'ursos' de Cuiabá, também está presente na Parada. Segundo ele, a comunidade bear é um segmento do grupo LGBT, mundial, e une "gordinhos, barbudos e peludos". 

Rodolfo (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

"Pra gente não sofrer preconceito, se divertir mais, conhecer pessoas que gostam dos gordinhos, a gente tem a comunidade", disse.  "É um grupo super inclusivo, a gente não é uma comunidade estética que se preocupa com a beleza corporal. A beleza é a aceitação do próprio corpo, e uma comunidade de bem estar, de pessoas que se gostam. Eu costumo dizer que mesmo dentro do universo gay tem segmentos, isso é claro, então você tem que se encontrar, encontrar um grupo onde é bem quisto. Então quando a gente vem pra Parada, pessoas que não conhecem esses segmentos, não conhecem [por exemplo] o grupo das lésbicas, das trans, passam a conhecer, a curtir, a se divertir mais, a ser mais feliz. A parada tem esse momento, e todo ano nosso grupo aumenta porque temos essa visibilidade. A parada é um movimento de visibilidade". 

O candidato ao governo do estado pela REDE, Arthur Nogueira, também compareceu à Parada, e falou da importância de 'governar para todos'. "Todas as políticas públicas devem ser direcionadas para o cidadão, sem diferenciação de cor, raça, classe social, ou gênero. Antes de serem discriminados, somos todos seres humanos, e o ser humano forma o mundo, forma o estado de Mato Grosso, não tem porque não atuar para todos eles", disse.

Arthur Nogueira (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Sirlei Theis (PV), candidata a vice-governadora pela chapa de Wellington Fagundes (PR), esteve na Parada, e afirmou que o compromisso de uma possível gestão WF é "governar para as pessoas, para o povo. Nisso está incluso qualquer pessoa, qualquer segmento. O movimento LGBT faz parte do nosso plano de governo. Nós vamos dar atendimento adequado às pessoas".

Ela ainda afirmou que, caso seja sancionada a lei que torna a homofobia crime, o governo faria de tudo para colocá-la em prática. "A legislação não é uma competência do governo, mas é claro que qualquer Lei que seja aprovada, nós vamos estar junto com o movimento LGBT, porque nós precisamos cuidar das pessoas", disse. 

Ariane Curry, rainha da Parada, é travesti e afirma que 'não há ato político sem a resistência LGBT'. "Pra mim é uma honra representar os LGBTs que vieram se divertir e dar um basta ao preconceito e à discriminação", afirmou.

Para as travestis que ainda não se 'aceitam', ela dá o recado: "Eu acho que ser travesti é você se aceitar, é você se reconhecer. Então se você está com dificuldade de se aceitar, tem que procurar ajudar, porque travestis também tem depressão, cometem suicídio. Então acho que tem que procurar apoio psicológico, tratamento, porque viver é a melhor coisa que existe. Vamos ser felizes!".

Rainha da Parada (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)


O vendedor Carioca, de 61 anos, veio de São Paulo para comercializar bandeiras no jogo do Cuiabá, e aproveitou o outro evento para ganhar mais dinheiro. Ele viaja todo o país para realizar as vendas.

Carioca viaja o Brasil vendendo bandeiras (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Em duas horas de parada, já tinha vendido 60 das 150 bandeiras que levou. "Quanto mais longe, menos vendedor vem", comemora ele. 

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