A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, nesta sexta-feira (19), dois suspeitos de executarem um jovem de 19 anos no município de Várzea Grande, em 12 de março deste ano, no bairro Princesa do Sol. Welligton Machado, 23, e Pedro Wender Muniz dos Santos, conhecido como “Pedrinho”, 19 anos, são integrantes de uma facção criminosa e cometeram o crime a mando dela. A ordem partiu de dentro de uma unidade prisional.

Leia mais:
Jovem de 19 anos é executado com cinco tiros durante a noite
 
Na ocasião do crime, Sidnei Abreu dos Santos foi executado em via pública com diversos disparos de arma de fogo a queima roupa. O crime ganhou maior repercussão após um vídeo – gravado 45 dias antes do homicídio - viralizar nas redes sociais mostrando Sidney amarrado, pedindo perdão aos chefes da facção.
 
Nas imagens, um homem não identificado efetua um disparo que atravessou as mãos da vítima. De acordo com o delegado à frente das investigações, Frederico Murta, o episódio teria sido apenas mais um “salve” (nome dado pelos membros da organização criminosa às punições por eles aplicadas por condutas não admitidas). “Além da realização dos atos de brutalidade, os criminosos replicam as gravações no sentido de impor o terror e o medo”, destaca.
 
As investigações apontaram que Sidnei era usuário de drogas e praticava uma série de furtos e roubos em sua região, o que teria motivado não apenas as agressões gravadas, mas também seu homicídio, em março deste ano.
 
“No decorrer das investigações foram colhidos robustos elementos de convicção de que a morte de Sidnei teria sido decretada de dentro da cadeia, pelos chefes da organização criminosa, como punição pelos delitos que continuava a praticar”, explica o delegado Frederico Murta.
 
Os suspeitos são integrantes de organização criminosa e foram presos no mesmo bairro onde o crime ocorreu (Princesa do Sol).
 
Os dois investigados tiveram seus mandados de prisão temporária cumpridos e serão encaminhados à audiência de custódia, ficando a disposição do Judiciário.  Eles serão indiciados por homicídio qualificado e por integrarem organização criminosa.

O crime

Segundo o boletim de ocorrências, uma testemunha contou que o seu filho estava do lado de fora da casa, quando ouviu o barulho de cinco tiros e entrou assustado. Depois de algum tempo, os dois então resolveram sair na rua e encontraram a vítima caída ao solo, com várias marcas de disparos de arma de fogo.
 
A Polícia Militar foi acionada, assim como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O médico apenas constatou o óbito do jovem. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) esteve no local e realizou os trabalhos.