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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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CASO EM SIGILO

Advogado descarta latrocínio em caso de empresário investigado na operação ‘Crédito Podre’

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Advogado descarta latrocínio em caso de empresário investigado na operação ‘Crédito Podre’
O advogado da família do empresário morto, Wagner Florêncio Pimentel, Akio Maluf, descartou a possiblidade de latrocínio [roubo seguido de morte] na noite do último sábado (09), tendo em vista que a quantia de R$1,6 mil, nem objetos pessoais foram roubados. Wagner era investigado na ‘Operação Crédito Podre’, e apontado como responsável por liderar uma organização criminosa que sonegava impostos na venda interestadual de grãos. Ele foi assassinado com cinco tiros dentro de um carro no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá. 


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Ao Olhar Direto, o advogado contou que acompanha a família no inquérito que apura a morte de Wagner. Conforme Akio, até o momento a família não sabe qual a linha de investigação trabalhada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Não temos nenhuma pista de que pode ter sido cometido um homicídio. Está todo mundo em estado de choque ainda”, acrescentou. A delegada Janira Laranjeira decretou sigilo no inquérito que investiga o caso. O advogado disse ainda não saber quem foi ouvido, mas citou que acompanhou na oitiva das filhas do casal e de Keila.
 
Na manhã desta quarta-feira (13), o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) solicitou uma audiência com o secretário de Segurança, Alexandre Bustamante, para obter mais informações sobre o crime de assassinato contra empresário. Para o deputado tucano, o assassinato tem sinais de queima de arquivo.  
 
“Ele foi pego na operação Crédito Podre, já foi punido com medidas coercitivas e já estava portando tornozeleira eletrônica. Provavelmente o assassinato do seu Wagner Florencio Pimentel é queima de arquivo. Prática comum em Mato Grosso. Eu estarei ainda hoje procurando a Polícia Judiciária Civil e em especial o secretário de Estado, o senhor Alexandre Bustamante, porque nós queremos ter acesso a essa investigação”, afirmou Wilson Santos, na tribuna da Assembleia.
 
Wilson citou que a esposa pretendia encaminhar documentos e continuar a delação do ex-marido. “Queremos ter acesso se é que houve uma delação parcial dele, onde segundo informações, ele entrega meio mundo dos poderosos de Mato Grosso. E há informações que a viúva, sua esposa, pretende encaminhar documentos e continuar a delação do ex-marido. A CPI, espero que ela seja instalado o mais breve possível”, declarou.
 
No entanto, à reportagem, o advogado descartou essa possibilidade. “Ela se quer sabe que documentos são e se há documentos”, contou. Segundo ele, a ex-esposa do empresário, Keila Catarina de Paula, não sabia de nenhum processo de delação de Wagner e também não tem interesse em continuar a negociação. Eles estavam separados há cerca de um ano. De acordo com o Ministério Público, a gerente tinha a função de cuidar da parte financeira do esquema, em ajuda ao empresário, apontado como o líder.

Relembre o caso 
 
Conforme noticiado pelo Olhar Direto, o criminoso, que estava sozinho, chegou em uma motocicleta e disparou contra a vítima. Chama a atenção o fato de que dentro do veículo em que o empresário estava foram encontrados envelopes com R$ 1.600, que não foram levados.
 
O fato foi registrado na noite do último sábado (9), no bairro Jardim das Américas. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) encontrou cinco cápsulas calibre 9mm no local e uma sacola com vários envelopes, além disso dos R$ 1.600 localizados.
 
Wagner era investigado pela “Operação Crédito Podre”, conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que apontava fraudes na comercialização interestadual de grãos (milho, algodão, feijão, soja, arroz, milho, sorgo, painço, capim, girassol e niger), com sonegação de mais de R$ 140 milhões em ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços).
 
Ele chegou a ser preso, mas foi solto no dia 9 de julho de 2018, quando passou a usar tornozeleira eletrônica e ficou proibido de entrar na sede da Secretaria de Estado de Fazenda (SEFAZ), manter contato com os demais acusados e com as testemunhas arroladas pelo Ministério Público e se ausentar do Estado sem autorização do juízo. Ele deveria cumprir recolhimento domiciliar no período noturno (entre 20h e 06h) e nos finais de semana e feriados de forma integral. Keila também foi presa, mas teve a prisão domiciliar concedida.
 
A operação ‘Crédito Podre’ foi deflagrada no dia 7 de dezembro de 2017 pela Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Fazendária, em conjunto com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). As investigações da Polícia Judiciária Civil levantaram que mais de 1 bilhão de grãos saíram do Estado de Mato Grosso, sem o devido recolhimento do ICMS, deixando prejuízo estimado em R$ 143 milhões, entre os anos de 2012 a 2017.
 
 
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