O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) está com 180 sindicâncias em trâmite que apuram procedimentos médicos. Somente este ano, 31 delas foram julgadas, sendo que 21 foram arquivadas e dez resultaram em processos éticos contra o médico em questão. Já com relação a processo éticos, atualmente existem 192 em trâmite e 27 aguardam pelo julgamento de uma comissão. 

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Um dos casos apurados é o da médica Letícia Bortolini, de 35 anos, que atropelou e matou o verdureiro Francisco Lucio Maia, de 48, em abril de 2017, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. O conselho instaurou sindicância, que resultou em um processo ético profissional, por negligência e omissão de socorro.
 
De acordo com a ata de reunião da Comissão de Ética do Conselho, Letícia teria infringido o Código de Ética da profissão, por não ter prestado socorro ao verdureiro que atropelou. A investigação foi um pedido da filha da vítima, Francinilda da Silva Lúcio. A comissão votou e por unanimidade escolheu pela abertura do processo.
 
No dia do acidente, ela fugiu sem prestar socorro à vítima e foi presa em sua residência, no Bairro Jardim Itália. Ela se recusou a fazer o teste do etilômetro e o exame de sangue, que poderiam comprovar ou descartar a embriaguez apontada por policiais militares no momento da prisão. 
 
Entre as penas, estão previstas censura pública ou privada, suspensão por determinado período do direto de exercer a medicina, e até a cassação do registro.
 
Sobre o caso da médica, a presidente do CRM-MT, Hildenete Monteiro Fortes, disse ao Olhar Direto que o processo segue em sigilo profissional, sendo assim não se pode dar nenhuma posição a respeito.

Conforme apurou a reportagem, um procedimento do conselho pode durar seis meses, podendo ser prorrogado por mais seis. Em abril fará um ano do atropelamento do verdureiro. 
 
O caso

O verdureiro de 48 anos identificado como Francisco Lucio Maia, 48, morreu na noite do dia 14 de abril de 2017, após ser atropelado pela médica Letícia Bortolini, 35, na Avenida Miguel Sutil, região do bairro Cidade Verde, em Cuiabá. Letícia estava em um Jeep Compass, com o marido, e ambos fugiram sem prestar socorro à vítima. Na mesma noite, ela acabou sendo presa e encaminhada ao Cisc Planalto. No entanto, Letícia foi solta dois dias depois após o desembargador Orlando Perri conceder habeas corpus.