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Terça-feira, 21 de maio de 2024

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Cabeleireiro evangélico compara gestão Bolsonaro a próprio processo para 'deixar' de ser gay: ‘longa caminhada pela libertação'

Foto: Isabela Mercuri / Olhar Direto

Cabeleireiro evangélico compara gestão Bolsonaro a próprio processo para 'deixar' de ser gay: ‘longa caminhada pela libertação'
Pesquisa Datafolha de 16 de setembro mostrou que 73% dos LGBTQIA+ rejeitam o presidente Jair Bolsonaro (PL). A edição do dia 22 do mesmo mês, trouxe a informação de que o presidente tem intenções de votos de 50% do eleitorado evangélico. O cuiabano de ‘chapa e cruz’, nascido e criado no bairro Santa Izabel, o cabeleireiro Tony Cristiano Leôncio, 43, está no segundo grupo. Ele, que há sete anos seu próprio salão, votou no capitão da reserva em 2018 e depositou na urna suas esperanças de um Brasil melhor. Em 2022, vai votar novamente. Segundo Tony, a caminhada é longa, e Bolsonaro não merece o ‘apedrejamento’ que recebe. Ele acredita, inclusive, que o caminho do presidente pode ser comparado com o de si próprio, que desde 2015 é batizado na Gerar Igreja Batista e passa por um processo interno para deixar de ser homossexual.


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“Ninguém tapa um buraco do dia para a noite. É uma caminhada”, afirmou, em entrevista ao Olhar Direto, ao falar sobre a gestão Bolsonaro. “Assim como é uma caminhada para mim, para que eu chegue ao meu melhor na igreja para Deus, é assim também a caminhada dele. Existe muito julgamento, muita pedrada, e eu não creio que seja dessa forma”.

A trajetória dos dois, para Tony, se aproxima na persistência por seguir o melhor caminho. O cabeleireiro afirma que Bolsonaro foi eleito em 2018 e encontrou um país “detonado”, mas tem tentado reconstruí-lo e cuidar das pessoas. Seu jeito “rígido” e “firme” pode assustar, mas é superado por seu caráter e porque ele sempre diz a verdade. Seus valores, ‘Deus’, ‘pátria’ e ‘família’ são os que devem dar norte ao cidadão, e é por meio de sua manutenção no governo que o país deixará de correr o risco de passar pelo que passam nações vizinhas.

Já em relação à sua ‘caminhada’, Tony conta que nasceu em um lar cristão, mas aos dez anos entrou em conflito quando se viu homossexual. “Me enchi daquilo que não tem nada a ver. Deixei de lado tudo e fui querer dar ouvidos a um grito que estava aqui dentro, na verdade uma dor, e eu levei para o pior lado”, afirma. Anos depois, a convite de uma amiga travesti, decidiu voltar para a igreja.

“Ao contrário de ser julgado, eu tive pessoas que me abraçaram, que aplaudiram a minha chegada, que foram dizer o quanto era importante a minha presença ali”, lembra. Segundo Tony, em nenhum momento o disseram, na igreja, que ele precisava deixar de ser homossexual, mas lendo a Bíblia ele entendeu que precisaria ser “obediente à palavra”, e desde então passa pelo que ele mesmo chama de “processo de libertação”.

“Quando você chega em uma igreja Cristã você é redirecionado pela palavra. Isso traz um conforto, mas ao mesmo tempo uma briga interna. E essa briga interna, quando a gente dá possibilidade para Deus, o espírito do Senhor vence. (...) Todo dia você nega a si mesmo, porque é impossível eu falar da Bíblia sem poder viver a Bíblia”, declara.  

O Brasil “devastado” que Bolsonaro encontrou é comparável, para Tony, a seu passado. Quando tinha medo de ficar sozinho, se sentia “vazio” ao fazer o que “não presta”. E as palavras do presidente se assemelham ao que ouviu de sua própria mãe assim que se declarou homossexual: “Minha mãe sempre foi estilo Bolsonaro: [ela dizia] a vida é essa (...) Aprenda a respeitar o próximo, ninguém tem obrigação de engolir aquilo que você decidiu ser. Então é uma fala também rígida, porém correta”, acredita.

Ao ver sua trajetória semelhante à do presidente, Tony deposita suas esperanças para um Brasil melhor em Bolsonaro, enquanto vê o que entende como um futuro melhor para si mesmo na igreja e por meio da Bíblia. O ‘processo de libertação’, para ele, é duplo: de si mesmo e do Brasil.
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