O senador Wellington Fagundes (PL) fez uma fala criticando o fato de o Governo Federal não ter cumprido um acordo realizado de indicar um mato-grossense à diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), durante reunião da Comissão de Infraestrutura do Senado na última quarta-feira (23). Fagundes chegou a afirmar que pediria ‘vistas’ das indicações para tentar resolver o imbróglio.
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O senador, que apoiou a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que há dois anos houve o entendimento de que Mato Grosso teria uma diretoria na ANTT. À época, segundo Fagundes, ele ainda foi o mediador entre o senador Rodrigo Pacheco e o então ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas.
“O Tarcísio insistia em não aceitar a indicação do Pacheco para a diretoria-geral da ANTT. E eu tentei mediar e o próprio Rodrigo Pacheco me autorizou a fazer essa mediação, porque aí ele se transformou em candidato a presidente do Senado. Ele foi na minha casa no dia que ele definiu sua candidatura”, lembrou.
De acordo com Wellington, na época ele abriu mão de sua indicação para que Tarcísio aceitasse a de Pacheco e houvesse um entendimento entre os dois. “Culminou num entendimento de uma indicação de um nome, com um grande entendimento inclusive com o setor, principalmente a [Confederação Nacional de Transportes] CNT. E o senador Alexandre acompanhou esse entendimento, participou desse entendimento. Onde eu abri mão da indicação. E houve o compromisso à época que o Mato Grosso teria a indicação de uma diretoria da Antac e uma diretoria da ANTT”, afirmou.
“Eis que hoje chegamos depois de tudo isso a surpresa, pra mim, que essas indicações foram feitas sem o cumprimento de um compromisso que foi feito. E eu quero dizer, pedir também, vista das duas indicações da ANTT, mas quero entregar essas vistas aos dois líderes, que são do meu partido”, completou Wellington. “Houve um entendimento com o Governo hoje pela manhã e esse entendimento foi atropelado agora, porque nós combinamos que não seriam lidas hoje as duas indicações. Como eu não quero ser isolado nem intransigente nessa comissão, porque não quero que meu pedido de vista seja votado, vencido ou vencedor, não quero”, argumentou.
Fagundes argumentou que Mato Grosso é um estado que precisa de atenção à infraestrutura, e citou as situações da BR-163 e das ferrovias. Em seguida, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) disse que os problemas não estão só em Mato Grosso, e que a Comissão tem caráter nacional. Braga também afirmou que a fala de Wellington assusta, porque os nomes dos indicados já estão divulgados no Diário Oficial e que pelo que disse o senador mato-grossense, o Governo deveria mandar um ofício retirando o nome dos indicados.
