Com mandato cassado desde agosto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o deputado federal Neri Geller (PP) garante não haver impedimento para integrar a equipe de transição do presidente eleito Lula (PT), assim como ocupar eventual cargo no próximo governo. Membro do grupo técnico do agronegócio, o parlamentar é um dos nomes cotados para ser ministro da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (MAPA).

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De acordo com Neri, sua condenação na Justiça eleitoral não trata de improbidade administrativa, o que seria um impeditivo para ser nomeado. Inelegível até 2026 e aguardando resultado de recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado não conseguiu seu registro de candidatura para concorrer ao Senado, ficando com seus votos congelados.

“Não estou impedido de, eventualmente, ocupar algum cargo, pois do ponto de vista legal isso não causa improbidade administrativa. Se tivesse improbidade, não estaria nem na equipe de transição. Eu não iria aceitar”, disse, em entrevista ao Metrópoles, nesta segunda-feira (28).

A condenação tem sido utilizada para atacar Neri e questionar sua participação no grupo de transição, assim como sua eventual indicação para ministro do MAPA, cargo que já ocupou no governo Dilma Rousseff (PT).

A decisão

A decisão do TSE, por unanimidade, baseou-se e irregularidades da campanha de 2018. O relator, ministro Mauro Cambpell, entendeu ter havido triangulação da arrecadação de recursos naquela campanha a partir dos indícios levantados pela investigação do Ministério Público Eleitoral.

Neri teria utilizado a conta bancária do filho e disfarçados recursos que havia recebido para a campanha como pagamento advindo da atividade como produtor rural. O deputado nega a irregularidade e diz que o filho é seu sócio e que o recurso em questão foi até declarado em seu imposto de renda.