O governador Mauro Mendes (UNIÃO) se juntou aos governadores dos outros 25 estados e Distrito Federal para uma reunião com o presidente Lula (PT), realizada em Brasília. O encontro, elogiado pelo chefe do Executivo, aconteceu nesta sexta-feira (27) e tratou de pautas como a criação de um planos de investimento em obras comuns nos estados e a organização de um movimento nacional de vacinação. Ao tratar do plano de obras, Mauro defendeu a necessidade de uma agenda de concessões de obras públicas à iniciativa privada. 

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Em entrevista à CNN Brasil, concedida após a reunião, Mendes elogiou a atitude de Lula em convocar uma reunião com governadores e representantes dos estados e Distrito Federal. Mesmo após apoiar publicamente a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador defendeu uma relação republicana com o novo chefe do Executivo Federal. 

“Temos que reconhecer como louvável essa posição do presidente Lula de chamar os governadores para um diálogo. Cada um de nós temos o dever de cuidar da população brasileira que vive nos estados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem a grande responsabilidade de cuidar da nação brasileira, o respeito à democracia é muito importante. Cada um tem o seu papel e cada um tem que cumprir bem esse papel”, defendeu.

Segundo Mauro, a reunião durou aproximadamente três horas e contou com a presença e discurso de ministros como Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Nísia Trindade (Saúde). Em um segundo momento, durante a fala dos consórcios, Mendes discursou em nome da união dos governadores da região Centro-Oeste e apresentou as principais demandas da região. 

Durante a fala de Padilha, foram apresentados quatro principais projetos do Governo Federal para os próximos anos. Entre eles está a criação de um plano de investimento em obras comuns nos estados. Para Mauro, não há recursos suficientes no caixa federal para bancar a realização de grandes obras e uma das saídas seria a concessão das obras para a iniciativa privada.

“O Brasil não tem dinheiro para sair fazendo grandes obras em todo o país, mas poderia ser feito uma agenda que não dependesse de investimento de dinheiro público. Seria uma agenda de obras, projetos e ações que depende muito mais de vontade, de marcos regulatórios, são concessões, é o licenciamento ambiental nesse país que é muito lento. Se formos competentes para destravar essa agenda, o mercado e a iniciativa privada têm hepatite para investir em centenas de projetos em todo país”, declarou. 

Apesar das constantes críticas aos desdobramentos da política de redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o tema não entrou na lista de assuntos tratados na reunião. Mesmo assim, Mauro garantiu que fez críticas às medidas realizadas pelo Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendeu uma política fiscal mais rigorosa. 

“Tive a oportunidade de dizer na reunião que a política fiscal de um estado ou de uma nação é fundamental para fazer investimentos. O que aconteceu ano passado no nosso país foi que o Congresso Nacional e o Executivo patrocinaram um verdadeiro ataque ao pacto federativo, porque foram lá no meio de um orçamento e fizeram uma forte redução das receitas e ao mesmo tempo aumentaram despesas”, finalizou o governador.