Vice-presidente do Cuiabá Esporte Clube, Cristiano Dresch conversou nesta semana com o Olhar Direto (OD) e fez algumas projeções sobre a temporada 2023. Dentre elas, estratégias traçadas para contratações de jovens jogadores e técnico, medidas para abraçar a torcida, como por exemplo ingressos a R$ 5, investimentos na estrutura, aumento de experiência em competições nacionais, dificuldades no Brasileirão, alcance do time a nível estadual e mais.
Questionado sobre quais estratégias o time traçou para 2023, visando não passar o que viveu na temporada passada, quando amargou várias rodadas no rebaixamento, lutando para não cair, Cristiano foi categórico ao afirmar que o time tem se preparado e adquirido experiência no decorrer desses anos em que competiu em duas edições do Brasileirão.
“O campeonato esse ano vai ser mais competitivo em nível das equipes que têm mais nome, são camisas pesadas. Mas não acredito que o nível técnico cresça tanto. A gente tem acompanhado essas equipes nos campeonatos estaduais, vai ser um campeonato de maior atração de público. Jogar contra Cruzeiro, contra Grêmio, contra Bahia, contra o próprio Vasco. São clubes grandes e tradicionais do futebol brasileiro, então vai ser mais complicado mesmo”.
“Mas a gente teve como planejamento trazer o técnico desde o início, contratações que a gente fez esse ano, acredito que mais assertivas. Além da experiência um pouco maior na competição, a melhoria da estrutura, a gente tem investido muito na estrutura. Então acho que a gente se preparou. É óbvio que o campeonato é difícil, mas a gente espera fazer um campeonato um pouco mais tranquilo do que em 2022”.
Confira os principais trechos da entrevista concedida por Dresch ao OD
OD:
O Cuiabá conseguiu organizar contratações para 2023 já no mato-grossense, inclusive de técnico, o que na temporada passada chegou a ocorrer no decorrer do Brasileirão. Quais foram a estratégias do clube para as contratações da atual temporada? Existem mais nomes que devem chegar para ajudar o clube no Brasileirão?
É o ano passado a gente sofreu muito com a falta de um treinador, digamos assim, que fosse o treinador que que iria trabalhar no Campeonato Brasileiro desde o início do ano. A gente iniciou o ano com Luis Yubel, trouxemos o Eduardo Oliveira, depois a gente acabou trazendo o Pintado. O Pintado acabou saindo no início do campeonato brasileiro, Yubel administrou durante algumas rodadas e a gente trouxe o Antônio Oliveira, acho que na décima oitava, ou décima sétima rodada. Então é algo que a gente sofreu bastante. Essa troca de treinadores a gente buscou já um projeto de iniciar o ano com o Ivo. Na verdade, a gente contratou o Ivo ainda em novembro. E também a contratação de atletas que nós fizemos no ano passado. Eu acho que esse ano a gente buscou jogadores mais jovens, jogadores que vários clubes queriam. Então a gente do Cuiabá teve que comprar esses jogadores pra poder tê-los aqui. Então a estratégia de montagem do elenco foi essa e também, de iniciar o ano já com o treinador que a gente imagina que vai ser o treinador nosso durante toda a temporada.
OD: Como a direção avalia o trabalho do novo treinador, Ivo Vieira? Ele declarou que tem um estilo de jogo ofensivo, no campo adversário. Nesta temporada, qual o encaminhamento da direção quanto ao posicionamento do time dentro de campo (mais ofensivo, defensivo, na retranca)?
Não, o trabalho ainda está no início, não dá pra avaliar o trabalho do Ivo ainda. Só fez dois jogos. Ele tem uma característica de jogar um estilo de jogo mais ofensivo, de jogar no campo do adversário mesmo. A gente tem visto isso nos jogos do campeonato estadual, já contra a Academia. Ficou bem nítido que os três gols que nós fizemos foram em função duma marcação alta e erros forçados na defesa do adversário. É óbvio também que no Campeonato Brasileiro é uma outra realidade. Vai ter equipes de alta qualidade que a gente vai ter muita dificuldade de jogar dessa forma. Mas com equipes do mesmo porte do Cuiabá e até mesmo contra equipes melhores, numa condição que a gente possa fazer esse tipo de jogo. Mas acho que ele vai conseguir fazer sim. A diretoria não decide como o time vai jogar, quem decide como o clube e a equipe vai jogar é o técnico. É óbvio que essas coisas são discutidas internamente, mas a o treinador, a estratégia do jogo é do treinador.
OD: Sobre as SAF. A direção pretende negociar a venda do clube ou buscar investimentos estrangeiros?
O Cuiabá já está faz tempo em SAF, desde o final de novembro de 2021. Nós não temos interesse em investimento de fora, nem estrangeiro, nem nacional e nem vender o clube, não passa, nunca passou pela nossa cabeça.
OD: Em relação ao fim do patrocínio do Sicredi: o time já tem encaminhado algum outro grande nome para suprir?
Em relação ao Sicredi, a renovação do patrocínio não aconteceu por uma opção do Cuiabá. O Sicredi queria renovar o patrocínio conosco e a gente achou que o valor que eles nos propuseram, que já era um valor maior do que o ano passado, baixo. A gente está em busca hoje no mercado de uma empresa de BET, de apostas, que a gente acredita que vai receber, vai conseguir arrecadar um valor bem maior do que a gente tinha com o Sicredi.
OD: O time estuda subir os jovens talentos do sub-15-17 e 20 para atuarem no time titular? O time vai aproveitar jogadores que se destacaram na copinha?
Sim, a gente anunciou na semana passada. Nós subimos o goleiro, já fazia parte do elenco, nós subimos quatro jogadores de linha mais um goleiro. A gente tem investido muito na nossa categoria de base e melhorado ela em todos os aspectos. É um trabalho constante. Há cinco anos atrás a gente não tinha nada em relação ao que nós temos hoje e a gente tem colhido alguns frutos já disso e o investimento é permanente. Os jogadores se destacarem nas categorias menores com certeza eles terão oportunidade no time principal.
OD: A direção avalia que o trabalho empenhado no Gramado e Estrutura da Arena Pantanal está de acordo com os padrões da Série A?
O novo gramado da Arena vai ficar muito melhor do que o antigo. Ele está em 60, 70% do trabalho. Já demonstra uma qualidade superior ao que a gente tinha antes. Então a gente vai ter esse ano aí um gramado bem melhor do que a gente teve desde que a Arena Pantanal foi construída. Eu acho que a gente vai ter um gramado melhor do que o gramado da Copa do Mundo. Vai ficar em no padrão top.
OD: Quais os resultados oriundos da criação da Liga Brasileira para o Cuiabá?
Em relação a liga, é uma evolução para o futebol brasileiro como um todo. A gente vai ter aí um campeonato mais organizado, provavelmente mudanças no calendário, valores pagos pelos direitos de transmissão, maiores momentos da capacidade de investimento, uma finalização maior dos clubes que a gente vem tendo através da SAFES. Eu acho que é uma evolução, acho que é o grande passo para o crescimento do futebol brasileiro, não só do Campeonato Brasileiro, mas do futebol brasileiro.
Em relação à torcida. O Cuiabá está construindo sua história e, consequentemente, ainda ganhando o coração dos cuiabanos. O clube já tem ações, iniciativas e medidas projetadas para aumentar o número de torcedores e o fluxo de pessoas nos jogos do Cuiabá? Quais além das que o clube já promove?
A gente promove faz muito tempo, já tem dois anos depois que retornou da pandemia. Antes da pandemia a gente fazia visitas semanais em escolas. A gente tem um trabalho muito forte com crianças. Escolas estaduais municipais, principalmente algumas particulares, com o mascote. Fazemos uma gincana na escola. A gente faz distribuição de brindes, faz uma competição de balão, de balãozinho né, de bater balãozinho, de acertar o gol. É um trabalho assim, mais de formiguinha, que a gente tem feito, mas que tem dado bastante resultado. A torcida cresceu muito nos últimos anos, ano passado batemos o nosso recorde de venda de camisas, cinquenta mil camisetas. Hoje a gente já vê muita gente com a camiseta do Cuiabá, não só na cidade de Cuiabá e Várzea Grande, mas também no estado de Mato Grosso. Isso é muito bom. E a gente tem feito também, que a gente fez muito na reta final do no Campeonato Brasileiro do ano passado, vender ingresso barato. Nós vamos continuar vendendo ingresso barato, os jogos com menos apelo, o preço dos ingressos vai ser baixo, ingresso de até cinco reais a gente vai ter. Então isso que a gente tem feito pra se aproximar e levar cada vez mais a torcida para arena.
OD: O que a diretoria tem a dizer para o torcedor cuiabano sobre o clube, os atletas, comissão técnica e jogos do Cuiabá na temporada 2023?
É a mensagem que eu tenho passado desde o ano passado, desde o fim da série A, é que a gente precisa do apoio da torcida. O apoio é fundamental, a gente precisa acreditar no Cuiabá, enxergar o Cuiabá como um clube realmente dos mato-grossenses, apoiar, torcer, incentivar, eu acho que essa torcida é fundamental pra o clube crescer e continuar crescendo. Para a gente, vai ter jogos muito difíceis esse ano na arena. A gente precisa do apoio da torcida. Ver o apoio que vem crescendo cada vez mais. E eu acho que que quanto mais apoio a gente tiver, mais forte a gente vai ficar e o clube vai crescer mais e vai ser bom pra todos. Vai ser bom pro estado. Vai ser bom pra toda a população de Mato Grosso esse crescimento do Cuiabá. A gente já vê um reflexo grande do crescimento do Cuiabá, no crescimento do campeonato estadual, numa motivação maior do futebol de Mato Grosso, das categorias de base, das escolinhas. É um movimento grande que um clube mato-grossense, estando na série A, ele provoca no estado inteiro.
