Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann refutou a tese de que o partido não tem a confiança dos eleitores de Mato Grosso e da capital. Afirmou que a legenda passou por um processo de desconstrução de sua história e ponderou que apesar do perfil conservador do estado, as lideranças petistas têm conseguido retomar o crescimento partidário.

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Gleisi cita como exemplo o fato de o partido ter reeleito os deputados estaduais Valdir Barranco e Lúdio Cabral, confirmado como pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá. Além disso, a votação expressiva da ex-deputada federal Rosa Neide nas eleições de 2022 – 124.671 votos - mostra a confiança na sigla, mesmo com o fato de não ter conseguido sua recondução ao Congresso por conta do coeficiente eleitoral.

“Obvio que passamos por um momento difícil, com o impeachment da Dilma (Rousseff) e perseguição à Lula, uma tentativa de desconstrução do PT em todo o país. Obvio que isso teve implicações na política local, principalmente pelo perfil mais conservador do eleitorado em Mato Grosso. Mas, temos um histórico de votações”, afirmou, em entrevista à rádio Capital FM, na manhã desta quinta-feira (14).

“O PT está recuperando isso, tanto é que apesar de tudo o que passou, o presidente subiu novamente a rampa do Planalto, está fazendo um mandato voltado à reconstrução do estado brasileiro. É um presidente que tem muito compromisso com a produção, especialmente com a produção agrícola. O ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD) é de Mato Grosso, por meio de uma composição que fizemos. Um grande ministro, uma pessoa que temos muito respeito”, acrescentou.

Ainda sobre Mato Grosso, a dirigente partidária ressaltou a recuperação da boa relação com o setor do agronegócio, que representou uma das maiores resistências ao retorno do PT ao comando do país.

“Governando bem o Brasil e tem dado atenção especial ao agro. Basta ver o valor destinado ao Plano Safra 2023/2024 e, com certeza, será um valor relevante na de 2024/2025. O governo tem aberto mercados para a agricultura brasileira. Governo nunca fez nada para prejudicar. Pode perguntar aos produtores, como o Blairo Maggi, independente de posição política, o que representou o governo do presidente Lula para a agricultura brasileira”, disse.

“Alguns setores têm preconceito mesmo, daí é uma questão ideológica e não se muda, mas do ponto de vista de negócios, desenvolvimento e ações do governo, o agronegócio não tem do que reclamar. A melhor coisa para se reaproximar de um setor é governar bem o Brasil e é o que estamos fazendo em relação ao agro”, completou.

Visita de Lula

Em relação à eventual candidatura de Lúdio a prefeito – ainda é necessário ter apoio dos demais partidos da Federação Brasil da Esperança (PV e PCdoB) -, Gleisi disse que o partido ainda discute como será a participação do presidente Lula durante a campanha.

É possível que o líder petista esteja na capital, para reforçar a campanha do deputado. Até o momento, no entanto, não há qualquer confirmação.

“Estamos discutindo com ele (Lula) a possibilidade das agendas, onde ele pode ir, de que forma ele fará. O presidente tem uma coalisão grande de partidos e é preciso pensar como vai fazer essa ‘andada’ nacional. Temos esse pedido para que ele vá em todos os estados durante a campanha”, explicou.

“Se não puder ir em vários municípios do estado, fazer um ato unificado nas capitais ou cidades maiores. O presidente Lula gosta de política e sabe da importância de um processo eleitoral como esse”, pontuou.

Em 2012, quando disputou a prefeitura contra o atual governador Mauro Mendes (União), Lúdio contou com a presença de Lula em ato na capital. Na época, foi derrotado no segundo turno.