Com alunos dos cursos de Arquitetura, Serviço Social e Geografia da UFMT, a Defensoria Pública de Mato Grosso começou a fazer um levantamento socioeconômico das famílias que foram retiradas da ocupação no local conhecido como Brasil 21, na região do Contorno Leste, em Cuiabá, neste sábado (16). A ação acontece no ginásio do Osmar Cabral e no Centro Comunitário do bairro Jardim Fortaleza. 

Leia também 
Vídeo mostra momento em que estudante de medicina veterinária morre ao bater moto em coqueiro

Mais de 100 famílias foram removidas da ocupação estão abrigadas temporariamente no Centro Comunitário do bairro Jardim Fortaleza, na capital. Na última quarta-feira (13), a Defensoria protocolou uma manifestação urgente junto à 2ª Vara Especializada em Direito Agrário de Cuiabá pedindo a suspensão da demolição das casas no Brasil 21. 

O órgão também vem realizando tratativas com movimentos sociais, sociedade civil e a secretaria estadual de Assistência Social e Cidadania (Setasc) para conseguir um abrigo decente e cestas básicas para as famílias desalojadas.

No processo, a Defensoria Pública atua como “custos vulnerabilis” na defesa das famílias de baixa renda, em situação de vulnerabilidade, apesar de existir um advogado particular representando a associação de moradores.

A ordem de desocupação do local, deferida pela juíza Adriana Sant’Anna Coningham, da Vara Especial de Direito Agrário de Cuiabá, foi cumprida com o apoio da Polícia Militar na segunda-feira (11). Após o despejo, algumas pessoas ficaram sem para onde ir e foram se abrigar em baixo de um viaduto da capital.

O Olhar Direto esteve na região durante a ação de desapropriação, na tarde de segunda-feira, e conversou com Maysa Andreatto, 27, uma das moradoras do local. A jovem disse que as famílias foram tratadas com desrespeito, como se “fossem bichos”. Denunciou ainda que a ação de desocupação  do loteamento não contou com o apoio das Secretarias de Assistência Social do Governo e do Município.