Pela segunda vez, em menos de 10 dias, a Comissão Processante que investiga o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, Lutero Ponce (PMDB), adiou o depoimento das testemunhas arroladas no processo aberto para investigar supostas fraudes em licitações, que teriam causado um "rombo" de R$ 7,5 milhões entre 2007 e 2008.

O adiamento atende pedido do advogado Paulo Taques, responsável pela defesa de Lutero, que protocolo requerimento alegando que não poderia comparecer às audiências previstas para esta quinta-feira (15) e amanhã -sexta-feira (16), devido a compromissos familiares.

Nas audiências de quinta e sexta seriam ouvidos três servidores, sendo o ex-presidente da Comissão de Licitação, Ulysses Reiners Carvalho; o ex-técnico de Orçamento da Câmara, Corrêa Duarte; e Rubens Antunes Belém. Todos são ligados à gestão de Lutero e, por conta disso, foram arrolados pelos membros da comissão. Os três empresários são Hudson Campos, Marcos Antônio Pinheiro e Waldir Dias de Moura.

Na última quinta-feira (8), a defesa de Lutero conseguiu suspender as oitivas das testemunhas de defesa. Faltando apenas alguns minutos para o início das audiências, Taques protocolou documento solicitando que fossem adiadas as oitivas. Seriam ouvidos o ex-secretário geral da Câmara, Hiran Monteiro, e o ex-diretor financeiro, Henrique Camargo, além dos outros três empresários.

Os membros da Comissão, composta pelo presidente, vereador Francisco Vuolo (PR), relator Lúdio Cabral (PT), e Lueci Ramos (PSDB),  se reuniram na tarde de hoje e remarcaram as oitivas das 11 testemunhas (defesa e acusação) para os dias 21,22 e 23 de novembro.

“O pedido feito pela defesa não vai atrapalhar nosso calendário”, declarou Vuolo, que não “encara” a situação como manobra política.

Lutero Ponce foi indiciado pela Delegacia Fazendária em cinco crimes: improbidade administrativa, formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato e fraude de licitação.

Atualizada às 23h40