Representantes de alguns bairros e entidades que compareceram no plenário da Câmara Municipal, quarta-feira, ficaram surpresos com a notícia de que a prefeitura vai alterar o sentido de algumas ruas sem consultar a população. O comunicado surgiu pelo clã da prefeitura que compareceu em massa à audiência proposta pelo Ministério Público, pelo idealizador o promotor Marcos Brantz. A intenção do promotor era reivindicar um conjunto de ações para diminuir o número de mortes no trânsito barra-garcense.

O caso mais polêmico é o da avenida Gabriel Ferreira, a terceira mais movimentada da cidade, que dentro do projeto do prefeito Wanderlei Farias vai passar a ser mão única no sentido centro para o bairro Santo Antônio. A avenida Independência passará a ser mão única do centro para o Piracema, até a escola de deficientes visuais. A avenida Simião Arraya passará à condição de mão única do bairro Santo Antônio para o centro.
Mas o assunto que causou mais revolta é com relação à avenida Gabriel Ferreira. Por isso, os comerciantes foram para a audiência com intenção de ser ouvidos pela prefeitura, todavia foram apenas comunicados pelo coordenador de trânsito do município, major Gama Figueiredo.

“Nós recolhemos 460 assinaturas contra essa mudança, mas pelo jeito chegamos tarde”, reclama o empresário Fernando Delmondes, do Palácio do Forró, ao tomar conhecimento da decisão do prefeito Wanderlei Farias. Segundo Delmondes, 80 comerciantes dependem do movimento da Gabriel Ferreira e podem ser seriamente prejudicados com essa mudança. “Quando você corta uma via, diminui metade do movimento”, argumenta. O comerciante Everton, de uma farmácia, disse que não existem tantos acidentes assim na Gabriel Ferreira e acredita que alguns semáforos e placas de sinalização resolveriam o problema.

Lamenta-se que alguns empresários, temendo represálias, não compareceram à reunião da Câmara Municipal, como o proprietário do Supermercado Nilo e da loja de material de construção Novo Araguaia. Eles preferiram engolir em seco a determinação da prefeitura. Especula-se que as alterações foram discutidas pelo coronel Barbosa, tenente-coronel Paulo Costa e major Gama, e simplesmente referendadas pelo prefeito Farias.