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Domingo, 28 de abril de 2024

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Câmara do DF recebe pedido de afastamento de Arruda do cargo

A Câmara Legislativa do Distrito Federal recebeu o pedido de afastamento do governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) do cargo. O pedido, feito pelo próprio governador, foi lido em sessão nesta quinta-feira (11) depois de Arruda ter a prisão preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)


"Diante da gravidade dos fatos, peço licença do cargo de governador do Distrito Federal pelo tempo que perdurar esta medida coercitiva, para não transferir a Brasília e a sua população a agressão que fazem contra mim e ao cargo que legitimamente exerço, eleito que fui pelo voto popular", diz Arruda no pedido de afastamento.

Na carta, Arruda pede afastamento pelo tempo em que ficar preso. Em sua ausência, assume o cargo o vice-governador, Paulo Octávio (DEM), que também é investigado no inquérito que apura o suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.



Após a leitura do pedido de afastamento de Arruda, o presidente Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR), convocou Paulo Octávio para uma reunião na manhã desta sexta-feira (12) com todos os deputados distritais. O objetivo é discutir a "governabilidade".



Em sua carta, Arruda disse que a decretação de sua prisão preventiva pelo STJ é “imprópria e absurda". Ele disse que se colocou à disposição do tribunal para depor antes que a prisão fosse decretada. Arruda disse que “desarmou uma quadrilha que praticava corrupção no DF” antes de sua administração e que por isso tem sido acusado.

Prisão

Os ministros da Corte Especial do STJ se reuniram nesta quinta-feira (11) e decidiram pelo pedido de prisão feito pela subprocuradora geral da República Raquel Dodge e pelo procurador geral, Roberto Gurgel.


O pedido de prisão de Arruda se baseia na tentativa de suborno ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra. O jornalista é testemunha do suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília. Arruda é apontado como suposto chefe do esquema, o que ele nega.

Segundo Sombra, o suborno serviria para que ele mudasse seu depoimento à Polícia Federal, dizendo que os vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa foram montados. Durval foi quem delatou o suposto esquema de corrupção.Nos vídeos em que gravou, aparecem empresários, deputados e até o governador Arruda recebendo maços de dinheiro.



Vídeo mostra negociação de suborno; veja

Em depoimento à PF, Sombra disse que Arruda, através do intermediário, teria proposto R$ 1 milhão, uma conta garantida no Banco de Brasília, e verbas para o jornal do qual é dono, em troca de apoio para prejudicar a Operação Caixa de Pandora, que investiga o suposto esquema de corrupção no DF.

Veja a íntegra do pedido de afastamento de Arruda

"Brasília, 11 de fevereiro de 2010.

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal,

A campanha insidiosa contra mim chega a um ponto culminante com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que considero imprópria, absurda, mas que devo acatar.

Ainda ontem, meus advogados legalmente constituídos estiveram no STJ para manifestar o meu desejo de prestar depoimento para pôr fim a esta série de armadilhas, armações, flagrantes pré-fabricados, denúncias politicamente bem elaboradas para não apenas impedir a minha participação nas eleições de 2010, mas agora também com o objetivo de me destruir política e pessoalmente.

Diante da gravidade dos fatos, peço licença do cargo de Governador do Distrito Federal pelo tempo que perdurar esta medida coercitiva, para não transferir a Brasília e à sua população a agressão que fazem contra mim e ao cargo que legitimamente exerço, eleito que fui pelo voto popular.

Estou consciente de que desarmei uma quadrilha que se locupletava de dinheiro público há muitos anos, e que agora volta-se contra mim de maneira torpe para confundir a opinião pública, confundir as autoridades e tramar a minha saída do Executivo, como se isso tivesse o poder de esconder as falcatruas que durante tantos anos praticaram impunemente.

Este caminho não tem mais volta. Vou enfrentar todas essas vicissitudes com serenidade, equilíbrio e a firme determinação de fazer com que a verdade prevaleça, e de que bandidos, travestidos de mocinhos, sejam desmascarados.

Agradeço aos amigos de verdade todas as manifestações de solidariedade e reafirmo que agora, mais do que nunca, sou eu que desejo a conclusão deste inquérito, o julgamento definitivo de todas as denúncias para que, pelo menos, o meu sofrimento pessoal e todas as dificuldades que tenho vivido sirvam para livrar Brasília dos atos perniciosos que a acompanham há tanto tempo.

Informo, ainda, que, nos termos do artigo 92, da Lei Orgânica do Distrito Federal, o Vice-Governador, PAULO OCTÁVIO ALVES PEREIRA, exercerá a Chefia do Poder Executivo do Distrito Federal durante minha ausência.

Na oportunidade, aproveito para reiterar a Vossa Excelência e aos seus pares protestos de elevada consideração e distinto apreço.


Atenciosamente,

JOSÉ ROBERTO ARRUDA
Governador do Distrito Federal"


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