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Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Agronegócios

Colheita da uva

Começou a colheita da uva na serra gaúcha. O clima não ajudou e a safra deve ser menor este ano. Para piorar a situação, o preço também não está colaborando.


Lourenço Tonello é produtor de uva na serra gaúcha e está desanimado com a safra deste ano. Ele cultiva seis hectares, de onde espera colher 75 toneladas da fruta. É metade do que produziu em 2009. O clima não favoreceu a cultura. “Um pouco chuva de pedra e um pouco doença que entrou na uva e que não conseguimos controlar com o tratamento”, disse.

O mau tempo atingiu os parreirais com violência. Em dezembro um temporal derrubou cerca de 400 hectares de parreirais na serra. Em alguns pontos, a chuva foi mais fraca, mas frequente desde o período de floração, o que facilitou a incidência de doenças.

“Detém doenças e tem fungos que atacam ainda na época da floração e que vai se manifestar quando a uva começa a amadurecer. Começa a aumentar o teor de açúcar e começa a desenvolver a podridão por glomerela. Depois, vem a podridão da uva madura, podridão ácida. Então, nesse período, se continuar a chuva vamos ter ainda mais problemas”, explicou a agrônoma Sandra Dalmina.

Além de favorecer o aparecimento de doenças, o excesso de umidade prejudica o amadurecimento da uva. Para transformar nutrientes e água em açúcar é preciso sol e calor, o que não vem ocorrendo. Algumas variedades estão com mais de 15 dias de atraso.

O resultado são uvas de menor qualidade, com menos teor de açúcar, a chamada graduação, parâmetro para o preço. A média é de 15º. Mas as primeiras frutas colhidas na serra não estão alcançando este número. “São 12º. É pouquinho”, falou seu Nestor.

Os agricultores também batalham por melhor remuneração. As despesas foram maiores e a colheita teve início sem o governo estabelecer o preço mínimo. Está sendo usada a tabela do ano passado, que fixa o quilo da uva de graduação 15 em R$ 0,46.

“A nossa reivindicação é de R$ 0,55, que é de acordo com o nosso custo de produção. De R$ 0,46 para R$ 0,55 é mais que 10%. A perdurar essa situação, não tenho dúvidas de que os jovens não vão mais permanecer no meio rural e muitos vão pensar mais uma vez se vale ou não continuar produzindo, tendo a cada ano que passa o acumulo de mais e mais prejuízos”, falou Olir Schiavenin, presidente da Comissão Interestadual da Uva.

Com o excesso de chuva, o agricultor precisou usar mais produtos químicos na lavoura, o que elevou o custo em cerca de 20%.
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