Aliados do governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido), apostam na sua renúncia como saída para escapar da já acertada cassação do mandato, na Câmara Distrital, e da prisão.
Na tentativa de impedir a intervenção federal no governo de Brasília e de pressionar Arruda a renunciar, os deputados distritais fizeram um acordo para aprovar, na quinta-feira, o pedido de abertura de impeachment do governador licenciado. Ao mesmo tempo, com o abandono do cargo, aumentam as chances de Arruda ganhar o habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), para ser libertado.
- É um sinal para ele. A Câmara não pode ficar inerte, sem dar uma punição. Espero que ele tenha bom senso.
O deputado Wilson Lima (PR), presidente da Câmara Legislativa, afirmou nesta segunda-feira que "o recado para o Arruda já foi dado".
Segundo um aliado do governador, Arruda já teria assimilado a ideia de renunciar ao cargo ainda esta semana, antes da abertura formal do processo de impeachment.
Assim que a Câmara Legislativa aprovar, na quinta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça pelo menos um dos três pedidos de cassação do mandato de Arruda, ele perde os direitos políticos por oito anos, caso venha a ser condenado. A renúncia serviria para salvá-lo dessa punição.
Para lima, "o governador terá um período curto para se manifestar [pela renúncia] para não ter os direitos políticos cassados".
O deputado Raimundo Ribeiro (PSDB) fez o mesmo raciocínio:
- Para não perder os direitos políticos, Arruda tem um pequeno intervalo para se decidir.
Os dois deputados referem-se à possibilidade de o governador renunciar entre a decisão dos deputados e a notificação, escapando assim da perda de direitos políticos.