Ao se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio, que assumiu o governo na semana passada depois que o governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) foi afastado do cargo na quinta-feira (11) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), entregou-lhe uma carta em que diz estar ciente da grave situação política do DF e que quer agir “como facilitador”, para “superação dos impasses”.

Ele agradece o apoio do governo federal nos últimos anos e lamenta assumir a interinidade na atual situação política local. “Tenho perfeita noção da gravidade do momento e defini, após profunda reflexão pessoal, que só me cabe um papel nessa crise: quero ser um facilitador. Meu único legado nessa quadra delicada terá sido contribuir para a superação dos impasses”, diz a carta.

Na correspondência, Paulo Octávio diz que não tem qualquer ambição “de qualquer natureza, que não sejam aquelas ligadas a restaurar a normalidade e a governabilidade”.

Durante o encontro com Lula, o governador interino disse que estuda várias possibilidades com sua equipe e que entre elas está a renúncia ao cargo. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente disse que essa decisão é de cunho pessoal e não emitiu opinião sobre a questão.

Na carta, o governador interino diz que irá “persistir nessa direção [de ajudar na governabilidade] apenas e tão somente enquanto me sentir útil como um fator positivo na superação de inúmeros obstáculos”. Ele afirma ainda que pretende conversar com todas as correntes políticas em busca de uma solução.

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.