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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Ministro nega que Lula tenha pedido para Paulo Octávio esperar para a renúncia

O ministro de Relações Institucionais negou nesta quinta-feira (18) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha pedido para o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM) aguardar alguns dias para tomar sua decisão sobre a renúncia do cargo.


No pronunciamento feito esta tarde, Paulo Octávio disse que aguardaria "mais alguns dias, como me recomendou o presidente Lula, para que possamos ter um quadro das decisões da Justiça na próxima semana".

Padilha reafirmou que, durante conversa nesta manhã entre ele, Lula, Paulo Octávio e o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, não houve oferta de apoio político ou qualquer pedido em relação à renúncia do governador interino, que Lula considerou ser "uma questão pessoal."

Segundo Padilha, o que Lula disse é que só emitiria opinião sobre a situação em que o Distrito Federal se encontra, sob risco de sofrer uma intervenção federal, quando a justiça tomasse uma decisão, o que deve acontecer nos próximos dias.

Paulo Octávio explicou que ele se expressou mal quando deu a entender que Lula tinha feito o apelo pela permanencia dele. Explicou que um emissário de Lula avisou-o de que a renúncia favoreceria a intervenção - conversa que teria acontecido depois da reunião com o presidente. O interlocutor não foi identificado. Confirmou que ia renunciar durante a coletiva e mudou de idéia, mediante apelos de correligionários e integrantes de mais de 10 partidos no DF.

Fico

Paulo Octávio anunciou em entrevista coletiva nesta quinta que não renuncia ao cargo. Ele disse que já tem a carta de renúncia pronta, mas resolveu esperar mais alguns dias.

“Depois de muito conversar com meus assessores tive essa peça [carta de renúncia] pronta. Contudo, durante essa tarde ouvi apelos de muitos partidos políticos, de secretários, da imensa maioria da população brasiliense”, disse o governador interino.

Estou convicto da importância da governabilidade, mas tenho limitações que me são impostas pela falta de apoio de importantes setores da comunidade de Brasília "
Apesar disso, Paulo Octávio reclamou da falta de apoio político. “Estou convicto da importância da governabilidade, mas tenho limitações que me são impostas pela falta de apoio de importantes setores da comunidade de Brasília”, disse, em seu pronunciamento.

Ele disse que se mantém no cargo em nome da governabilidade e que vai lutar cohtra a intervenção federal no Distrito Federal. “Já renunciei ao direito de me candidatar ao governo do Distrito Federal, mas não posso ainda renunciar da obrigação de servir Brasília”, disse.

Segundo Paulo Octávio, uma intervenção “ significaria uma derrota a todo o povo brasiliense, com a perda de sua autonomia.” “Fico até que haja uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Na semana que vem, o STF tomará decisões de grandes consequências para Brasília.”

Durante seu pronunciamento nesta tarde, o governador interino repetiu o que já havia dito mais cedo, sobre sua atuação na crise política que envolve o governo do Distrito Federal. “Só me cabe um papel nessa crise: quero ser um facilitador”, afirmou.

Isolado por aliados e sem condições políticas de manter a governabilidade, o governador interino é pressionado por seu partido, o DEM, que o ameaça de expulsão, assim como qualquer filiado da legenda que permanecer no governo do DF. Nesta tarde, a Procuradoria da Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou três dos quatro pedidos de impeachment de Paulo Octávio, que devem ser analisados agora pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Paulo Octávio assumiu o comando do DF uma semana atrás, quando o governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) foi afastado e preso, suspeito de tentar atrapalhar as investigações do inquérito da Operação Caixa de Pandora, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Prisão de Arruda

Por maioria, os ministros do STJ acolheram no dia 11 de fevereiro o voto do presidente do inquérito, ministro Fernando Gonçalves, que pediu a prisão e o afastamento de Arruda por supostamente ter tentado subornar uma testemunha do mensalão do DEM de Brasília, o jornalista Edmilson Edson Sombra.

A tentativa de suborno foi flagrada pela Polícia Federal no dia 4 de fevereiro. Além de Arruda, que está preso na sede da PF, em Brasília, outros quatro envolvidos, o sobrinho dele Rodrigo Arantes, o ex-secretário de Comunicação do DF Welligton Moraes, o ex-diretor da Companhia Brasileira de Energia (CEB) Haroaldo Brasil e o ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM), também foram presos e estão no presídio da Papuda.

Um suposto emissário de Arruda, o conselheiro do metrô do DF Antonio Bento da Silva – que também está no presídio da Papuda – foi flagrado quando entregava uma sacola com R$ 200 mil a Sombra. Um bilhete escrito por Arruda e entregue a Naves seria a prova que ligaria o governador à proposta de suborno.

A Operação Caixa de Pandora foi deflagrada pela PF no dia 27 de novembro 2009 e investiga o esquema de corrupção supostamente articulado pelo governador Arruda (sem partido, ex-DEM), que teria beneficiado ainda o governador interino do DF, Paulo Octávio (DEM), deputados distritais, empresários e integrantes do governo distrital.
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