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Domingo, 28 de abril de 2024

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Europa cobra Israel sobre suposta falsificação de passaportes

Londres, Berlim, Paris e Dublin elevaram o tom hoje com Israel, exigindo explicações sobre o uso de passaportes falsos no assassinato de um dirigente do movimento islâmico Hamas em Dubai, crime atribuído pelos Emirados Árabes Unidos ao Mossad (serviço de inteligência israelense).


Representantes diplomáticos de Israel no Reino Unido, na Alemanha, na França e na Irlanda foram recebidos nos ministérios das Relações Exteriores dos respectivos países onde estão creditados.

O embaixador Ron Prosor se reuniu por 20 minutos com o secretário-geral britânico Peter Ricketts. Ao final do encontro, ele disse não poder fornecer informações complementares. Também convocado, o seu colega em Dublin, Zion Evrony, deu declarações semelhantes, afirmando "nada saber sobre esse fato".

"Deixamos claro que, sejam quais forem os responsáveis, que o governo [irlandês] considerava altamente lamentável a falsificação e a usurpação de passaportes irlandeses [...] de forma a colocar potencialmente em perigo os cidadãos que viajam para o exterior", indicou um porta-voz do ministério, após reunião de uma hora.

A polícia de Dubai afirmou que seis membros do comando que assassinou Mahmoud Abdel Raouf al Mabhouh, no dia 20 de janeiro passado em um hotel de Dubai tinham passaportes britânicos. Outros três tinham documentos irlandeses e os dois últimos, francês e alemão.

O chefe da polícia de Dubai, o general Dhahi Khalfan, se disse "99% certo, e até 100%" da responsabilidade do Mossad, serviço secreto israelense. Israel manteve uma ambiguidade sobre seu envolvimento, se recusando a desmentir formalmente as informações.

Depois da reunião entre Prosor e Ricketts, o ministro britânico das Relações Exteriores, David Miliband, disse "desejar e esperar" que Israel "coopere plenamente com a investigação" que foi anunciada ontem pelo premiê Gordon Brown.

"Queremos oferecer a Israel todas as possibilidades de apresentar o que sabe sobre esse incidente", afirmou Miliband, afirmando que se reunirá com o seu colega israelense, Avigdor Lieberman, na segunda-feira (22) em Bruxelas. "Temos que tomar conhecimento dos fatos [...] e devemos saber o que aconteceu com os passaportes britânicos", disse Brown.

A Alemanha também exigiu esclarecimentos do encarregado de negócios israelense em Berlim, considerando "urgente" esclarecer "as circunstâncias da morte" de Mabhouh", segundo um comunicado divulgado após a reunião.

A França aumentou a pressão sobre o Estado hebraico, exigindo "explicações" a Sammy Ravel, encarregado de negócios de Israel em Paris. O Ministério das Relações Exteriores "manifestou a profunda preocupação da França em relação à utilização mal intencionada e fraudulenta" de um "documento administrativo francês", disse um porta-voz.

De acordo com a imprensa israelense, o comando certamente usurpou a identidade de pelo menos sete israelenses detentores de dupla nacionalidade.

As relações entre o Reino Unido e Israel já foram estremecidas no passado por ações dos serviços secretos israelenses, principalmente após o sequestro em 1986, em Roma, e a transferência para Israel de Mordehai Vanunu, que havia revelado a existência da central nuclear de Dimona (sul de Israel) ao "Sunday Times".
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