Creia Márcia de Souza, 34, moradora do bairro Praieiro, em frente ao Córrego do Barbado, na rua Tancredo Neves, teve sua casa invadida pela água neste final de semana. Sua maior queixa no momento é a falta de apoio das autoridades competentes. “A gente paga imposto, têm uma vida honesta e quando precisa não tem o retorno”, reclama.

A moradora conta que já estava procurando ajuda antes mesmo da água invadir a sua casa. “Eu ligava na Defesa Civil e só dava ocupado. Liguei no bombeiro e o rapaz me disse que enquanto a minha casa não tivesse inundada ele não poderia fazer nada. É um absurdo!”.

No sábado, a água da chuva que trasbordava do córrego chegou a casa dela. O medo de perder tudo fez com que ficasse vigiando o nível da água. “Fiquei duas noites sem dormir. Na segunda-feira (15) a água estava tão alta, que tive que deixar a casa.”, relembra ainda emocionada.

Sentindo-se impotente, ela foi abrigar-se na casa de parentes. Hoje o pensamento é um só: se mudar o mais depressa possível. A cada ameaça de chuva, o desespero e o medo de perder tudo aumentam.

Segundo dados do Corpo de Bombeiros, durante os dois primeiros meses de 2009, choveram 287 metros cúbicos de água, enquanto em janeiro e metade fevereiro de 2010 já choveu 504,6 metros cúbicos. Para ser considerado em estado de emergência, o rio Cuiabá precisa atingir 8,5 metros e já atingiu 7,5.