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Sábado, 04 de maio de 2024

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Sem consenso sobre tropas no Afeganistão, premiê holandês dissolve governo

O premiê da Holanda, Jan Peter Balkenende, apresentará neste sábado a renúncia dos ministros e secretários de Estado de sua coalizão de governo depois que, após 15 horas de debate, os dois principais partidos não chegaram a um consenso sobre a retirada das tropas holandesas do Afeganistão, prevista inicialmente para este ano. Dois dias antes do terceiro ano da coalizão no governo, a disputa sobre o destino dos 2.000 militares holandeses deve levar a novas eleições parlamentares e a retirada das tropas do Afeganistão, mesmo diante do pedido dos Estados Unidos e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) por um esforço renovado na batalha contra o grupo islâmico radical Taleban. O colapso da coalizão, o quarto do gabinete liderado por Balkenende em oito anos, lança dúvidas ainda sobre a previsão de cortes orçamentários para o próximo ano, enquanto a economia holandesa luta para sair da crise econômica global. "Eu infelizmente noto que não há mais um caminho frutífero para os Democratas Cristãos, Partido Trabalhista e União Cristã seguirem em frente", disse Balkenende, que lidera a coalizão de centro-direita. O colapso ocorreu após mais de 15 horas de conversas, que se arrastaram até a manhã deste sábado, e a troca de declarações duras durante toda a semana. Balkenende queria estender a permanência das tropas holandesas na missão da Otan além do prazo inicial previsto para acabar em agosto deste ano. O vice-premiê, Wouter Bos, do Partido Trabalhista, se opunha. A Otan pediu a Holanda, que está entre as dez nações que mais contribuem com a missão, que investigue a possibilidade de uma permanência mais longa no Afeganistão. Eleições As novas eleições parlamentares podem ser realizadas no meio do ano, mas devem ser seguidas de meses de conversas entre os partidos para conseguir uma nova coalizão governante. UIm novo acordo entre os partidos deve ser difícil de conseguir, já que as pesquisas de opinião apontam que serão necessários ao menos quatro partidos unidos para formar a maioria do Parlamento de 150 cadeiras. O legislador da direita Geert Wilders, do PArtido da Liberdade, que pediu o fim da missão afegã, pode sair como o grande vencedor das próximas eleições. As pesquisas de opinião mostram ainda que o Partido da Liberdade, que baseia sua campanha nas críticas ao governo e em políticas contrárias à imigração, pode se tornar o maior ou segundo maior partido no Parlamento. O Partido Trabalhista, do atual premiê, pode reconquistar parte do apoio eleitoral que precisa com sua posição sobre o Afeganistão, mas não deve ser o suficiente para garantir uma coalizão de esquerda. "A retirada vai prejudicar a reputação do governo holandês como um parceiro confiável, que está disposto e é capaz de contribuir para importantes missões militares", disse Edwin Bakker, um pesquisador sênior do Instituto Clingendael, em Haia. Medidas de austeridade O colapso da coalizão de Balkenende efetivamente anula o acordo existente para adiar as medidas de austeridade econômica até 2011, e poderia levar a cortes mais profundos quando o orçamento do próximo ano for revelado em setembro. Esta semana, o principal "think tank" do governo aumentou sua previsão de deficit orçamentário de 2010 para 6,1% do PIB (Produto Interno Bruto) e o de 2011 para 4,7%, o que implica que os cortes de gastos seriam necessários ainda neste ano. Isso poderia prejudicar a economia holandesa, que, segundo dados da semana passada, acaba de entrar em uma recuperação frágil após quatro trimestres consecutivos de crescimento negativo. A missão holandesa no Afeganistão, que começou em 2006, está programada para terminar em agosto, com a última das tropas saindo em dezembro. A maioria dos militares holandeses está alocada na Província de Uruzgan.
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