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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

Notícias | Cultura

De volta aos cuiabanos

Restauração da Igreja da Boa Morte é entregue em missa e com surpresas

“A igreja ressurgiu para o Senhor.” Foi assim que o arcebispo metropolitano de Cuiabá, dom Milton, definiu a entrega da restauração...



“A igreja ressurgiu para o Senhor.” Foi assim que o arcebispo metropolitano de Cuiabá, dom Milton, definiu a entrega da restauração da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, perante uma centena de fiéis que acompanhavam a missa ‘inaugural’ do templo, na manhã desta quinta-feira (25).

A entrega da Igreja da Boa Morte tem todo um significado especial para Cuiabá. Dom Milton, do alto da sabedoria clerical, comparou a igreja com uma mãe, a qual, quanto mais velha, mais é amada pelos filhos.

Concluída em 1810, feita em taipa e pilão, método conhecido como "terra crua", a Igreja da Boa Morte é uma mãe de 200 anos. Idade suficiente para ser muito amada pelos cuiabanos, os quais tiveram de passar três anos esperando pela reabertura do templo, que fora fechado por falta de segurança na estrutura.

E na ‘inauguração’, fazendo jus a essa saudade, foram os cuiabanos que encheram o templo. Nada de figuras políticas no local. Somente os religiosos e, na praça à frente da igreja, os pedintes que nela habitam.

Os mendigos estão incluídos no projeto de restauração, o qual custou R$ 200 mil ao Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN). Após os devidos entendimentos entre Iphan, Igreja, Governo do Estado e Prefeitura de Cuiabá, os ‘moradores’ da Boa Morte devem receber uma atenção especial.

Boas ‘velhas’

Não bastasse toda a saudade, havia mais motivos para se comemorar a entrega da restauração. Durante as obras, foi comprovado ser verdade o que Dom Milton disse na pregação sobre as 'paredes já falarem e o piso, de tão antigo, contar histórias', fazendo referência a antiguidade do prédio.

“Atrás do arco da igreja, nós encontramos uma parede feita de pau a pique. Tudo de argila e madeira entrecruzada, amarrada com pequenas tiras de couro, o que confirma a antiguidade e a presença da estrutura original”, contou Cláudio Conte, superintendente do Iphan.

Outra descoberta que animou Cláudio foi a de um barrado nas paredes da igreja, o qual ficava escondido sob uma faixa de madeira de cerca de 80 centímetros de altura. No barrado, pode-se observar duas pinturas em losango, uma na parte superior, imitando madeira, e outra na inferior, imitando mármore.

Além disso, duas plaquinhas de metal, com a inscrição do ano da construção dos altares de alvenaria, foram encontradas. Gravadas em um português arcaico, se comparado aos padrões atuais, uma delas indica que os dois altares que ficam próximo aos expectadores são de 1910. Já o arco e o altar principal, de acordo com a plaquinha, são de 1962.

Ainda falta

A restauração, no entanto, está incompleta. A escassez de recursos impediu a reforma dos dois sinos, sendo que um deles está rachado, além do jardim e da praça à volta da igreja. O Iphan ainda busca parcerias para conseguir recursos, visando completar a restauração.

Aqueles que estavam com saudade e não compareceram na ‘inauguração’ já podem se preparar para rever as imagens rocas de Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora da Boa Morte mirando os fiéis. Segundo frei Erivran Messias, haverá celebrações diárias na igreja a partir de março.
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