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Segunda-feira, 13 de maio de 2024

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Ex-vice-presidente da Camargo Corrêa liderava esquema de corrupção da Operação Castelo de Areia

A Polícia Federal apontou o ex-vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Pietro Giavina Bianchi, como o cérebro por trás dos supostos crimes financeiros praticados por executivos da empresa revelados pela operação Castelo Areia, deflagrada em março de 2009.


Um relatório da Polícia Federal diz que o grande volume de provas contra Bianchi revelou que era ele o “orquestrador” de todo o esquema de pagamento de propinas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro:

“Seja na residência ou escritório, em papel ou em mídia, Pietro Giavina Bianchi foi o investigado que mais gerou provas a esta investigação", diz o relatório.

A PF afirma ainda que Pietro era o homem da Camargo Corrêa procurado por outros funcionários para efetuar “pagamentos vultosos em dinheiro vivo” tanto no Brasil quanto no exterior.

Uma das evidências que mais chamou a atenção dos investigadores foi uma carta que Bianchi deixou com sua secretária, Darcy Flores, dando instruções sobre como ela deveria agir enquanto ele tirava férias.

Darcy era a pessoa que recebia os faxes enviados por dois doleiros com a indicação de valores e contas a serem creditadas no exterior. Foi na sala dela que a polícia encontrou uma agenda de contatos de Pietro com nomes de diversos doleiros e gerentes de contas bancárias fora do Brasil.

A PF também encontrou em arquivos do computador de Pietro uma série de cartas endereçadas à instituição financeira Banca Privada d’Andorra (localizada em um paraíso fiscal entre a Espanha e a França) indicando a movimentação de US$ 18.582.772,21 entre novembro de 2008 e fevereiro de 2009 na conta corrente de número 490024. Pietro também movimentava uma conta na instituição financeira GLC Partners Asset Management Limited, em Dublin, na Irlanda. Acontece que Pietro jamais declarou qualquer conta corrente ou de investimento no exterior, o que significa nova infração.

“Pietro é quem efetiva a transação financeira, valendo-se sempre de Kurt Pickel e dos doleiros sediados no Rio de Janeiro para operacionalizá-las”, afirma o texto.

Esse Kurt Pickel é outro tubarão pescado pela PF, que o considera "o verdadeiro operador do esquema de movimentação de valores", porque era ele quem falava em nome de Pietro quando precisava negociar a operação com esses dois doleiros, identificados apenas como Paco e Raul.

A Polícia Federal encaminhou para o TCU (Tribunal de Contas da União) duas listas encontradas na casa de Pietro com nomes de pessoas de dentro e fora da Camargo Corrêa e siglas de obras e valores relacionados a elas. A primeira lista se refere a projetos entre 1995 a 1998, enquanto na outra os dados vão de 2000 a 2005.

Procurada para comentar as investigações a respeito de Bianchi, a construtora não se manifestou até a publicação da reportagem.

Sobre a operação da PF, a Camargo Corrêa nega as irregularidades que envolvem seus executivos. A construtora se diz “convicta da licitude de sua conduta” e que espera ter acesso a informações publicadas na imprensa para fazer sua defesa. Em várias ocasiões, advogados da empreiteira criticaram a divulgação de denúncias que são parte de processo judicial que corre em segredo de Justiça.

Os processos da Castelo de Areia estão interrompidos desde o começo do ano por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Segundo o presidente do tribunal, ministro Cesar Asfor Rocha, a investigação da Polícia Federal que deu origem à ação se baseou em denúncia anônima e secreta, o que a Constituição proíbe.
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