O Governo brasileiro adiou para a próxima semana o anúncio dos produtos importados dos Estados Unidos aos quais aplicará maiores impostos em resposta aos subsídios americanos aos produtores de algodão, informaram hoje fontes oficiais.
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão vinculado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, negou qualquer relação entre o caso e a visita ao Brasil da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, programada para a próxima quarta-feira.
O anúncio foi adiado por assuntos "técnicos", assegurou.
Fontes da Camex disseram que "o grupo interministerial que trabalha no assunto ainda não terminou sua análise" e que o fará na próxima semana, quando será divulgada a lista de produtos.
Em agosto passado, o Brasil foi autorizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) a aplicar sanções comerciais aos Estados Unidos em função dos subsídios do que o Governo americano destina aos produtores de algodão de seu país.
O Governo brasileiro pedia uma indenização equivalente a US$ 2,5 bilhões, mas a OMC só aceitou uma quantia de US$ 830 milhões.
A OMC, no entanto, aceitou que o Brasil adote as chamadas "represálias cruzadas", que se referem à possibilidade de que suas sanções vão além do âmbito de mercadorias e possam incluir os setores de serviços e propriedade intelectual.