Praticamente isenta de pressão individual a respeito de merecimento de convocação, a seleção brasileira enfrenta a Irlanda nesta terça-feira no Emirates Stadium, às 17h05 (horário de Brasília), no último compromisso antes do anúncio da lista para o Mundial. Apesar de o amistoso de Londres oferecer a chance final para análises e conclusões, o técnico Dunga tranquilizou o grupo ao deixar claro que a partida não servirá para cortar cabeças para a relação da África do Sul. O jogo terá acompanhamento ao vivo do Placar UOL Esporte.

Palavras somadas a atitudes levam a crer que o grupo relacionado para a partida desta terça contra os irlandeses é formado pelos escolhidos para a Copa, sem contar apenas com Luís Fabiano, titular do ataque, que virou baixa no amistoso em razão de uma contusão na Espanha.

Toda a noção de grupo fechado elevou a confiança dos jogadores que se reuniram em Londres a respeito das chances de seus nomes para a esperada relação que será divulgada por Dunga nas vésperas da Copa. A sensação de conforto em relação à escolha se espalhou até mesmo entre aqueles que não são titulares.

"Não são 90 minutos que vão definir a convocação. Tem todo um trabalho de muito tempo que já se conhecer", diz o lateral-direito Daniel Alves, jogador com status de 12º titular da seleção de Dunga.

Pelo discurso de Dunga, as chances para novidades no elenco são praticamente nulas, desprezando-se lesões inesperadas no meio do caminho. O técnico fala com todas as letras que prestigiará aqueles que estiveram com ele durante o trajeto que começou em 2006, que teve seus momentos de intempéries, como a série de resultados insatisfatórios nas eliminatórias em 2008.

"Não vai ter surpresas. Foram três anos e meio de trabalho. Quem conquistou os resultados, aproveitou as oportunidades e deu a resposta sabe que tem condições de ir para a Copa", afirmou o técnico na véspera do amistoso na Inglaterra.

Contra a Irlanda nesta terça, a ideia de Dunga é realizar várias substituições ao longo da partida, para, segundo o treinador, "devolver os jogadores sem contusões aos seus clubes", em mais uma atitude que tira do compromisso o caráter de decisivo para as chances de convocação.

Do outro lado, a Irlanda encara o confronto com o Brasil como uma oportunidade preciosa de mostrar capacidade diante de uma seleção que vai à Copa, uma espécie de prova de honra. Tudo porque os irlandeses ficaram de fora do Mundial eliminados em um polêmico playoff de repescagem na Europa contra a França, que só venceu graças a um gol cujo passe saiu das mãos do atacante Thierry Henry, numa jogada ilegal que acabou internacionalmente discutida.

"É uma seleção que vem motivada. Perdeu a oportunidade de ir para a Copa do Mundo em algo que não foi culpa sua. Além disso, tem um técnico vencedor, o Trapattoni, que já comandou a Juventus, o Bayern, a Itália. É um time preparado", comentou Dunga na véspera do amistoso.

Nos ciclos de Mundiais mais recentes, a partida que antecedeu a convocação para a Copa teve resultados distintos. Nos últimos cinco anos de Copas, por exemplo, o Brasil teve duas vitórias, dois empates e uma derrota no compromisso final antes da lista definitiva de jogadores (ver tabela).

"É nossa última oportunidade de jogar antes da Copa. Vamos tentar deixar uma boa impressão", afirmou o zagueiro Juan.