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Terça-feira, 21 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Pesquisadores do ON mostram que fragmento do asteróide Baptistina não extinguiu dinossauros

A Nasa divulgou recentemente uma imagem que registra pela primeira vez uma colisão de asteróides. O maior fragmento desta colisão, inicialmente confundido com um cometa e denominado P/2010 A2, está próximo da família (reunião de objetos resultantes de colisões entre dois asteróides) do asteróide 298, ou Baptistina. Este asteróide ficou famoso em 2007 quando um estudo liderado por pesquisadores do South West Research Institute, nos EUA, anunciou ter sido um fragmento seu que atingiu a Terra onde hoje se localiza a cratera de Chicxulub, no México. Este impacto é uma das mais prováveis causas da extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos.


No entanto, astrônomos do Grupo de Planetologia do Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro, acabam de demonstrar que a composição de Baptistina não é compatível com a do objeto que gerou a cratera de Chicxulub e, portanto, não possui relação com a extinção dos dinossauros. A conclusão foi apresentada em outubro de 2009, na reunião anual da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronômica Americana, em Porto Rico, e a primeira parte do estudo que levou a ela acaba de ser aceita para publicação na revista britânica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

A família de Baptistina havia sido definida pela primeira vez em 2005 por três pesquisadores do ON: Thais Mothé-Diniz (atualmente na UFRJ), Fernando Roig e Jorge M. Carvano. Esta família tinha chamado sua atenção pela diversidade de classes taxonômicas, as quais são definidas a partir de espectros ou “cores” dos asteróides e estão relacionadas à sua composição. Um detalhe do estudo americano que chamou a atenção dos pesquisadores foi que ele simplesmente assumia que a composição de Baptistina era compatível com a do objeto que criou a cratera no México.

Análises de sedimentos datados da época da formação da cratera feitas por diversos pesquisadores sugeriam que o objeto que a gerou tinha composição compatível com a dos meteoritos condritos carbonados CM2. Meteoritos deste tipo podem se originar de cometas ou de asteróides ricos em gelo. E embora algumas das classes taxonômicas que existem na família de Baptistina fossem compatíveis com aquele tipo de meteorito, havia muitas outras interpretações possíveis para a composição destas classes.

Dispostos a refinar o conhecimento sobre a composição do maior objeto da família, o Baptistina, os pesquisadores Jorge M. Carvano e Daniela Lazzaro montaram uma ampla campanha observacional. Usando observações realizadas no Gemini, um telescópio com espelho de 8 metros de diâmetro, em telescópios do Observatório Austral Europeu (ESO), ambos no Chile, e no Observatório do Pico dos Dias, em Minas Gerais, os pesquisadores puderam determinar com precisão o albedo, ou a fração de luz solar refletida, do asteróide. O valor obtido para Baptistina foi quase sete vezes maior que o valor do albedo típico dos meteoritos CM2. Este resultado comprovou que certamente não foi um fragmento de Baptistina que gerou a cratera Chicxulub.
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