Alunos inscritos no Bolsa Família podem aumentar o valor dos benefícios se melhorarem seu desempenho escolar. A proposta consta no projeto de lei 247/2009, de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB/CE), aprovada nesta terça-feira na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. O projeto institui o benefício adicional vinculado ao desempenho escolar.

O senador cearense acredita que a proposta contribuirá para a melhoria da qualidade do ensino e das relações dos alunos com a escola e com os professores. "Além disso, estamos aprimorando um programa social que foi criado pelo PSDB, que foi o Bolsa-Escola", argumentou Tasso. O projeto foi relatado pela senadora Marisa Serrano (PSDB/MS), que preside a Comissão, e segue direto para a Câmara.

A iniciativa encontrou forte resistência dentro da base aliada ao governo. O PT pretende entrar com um recurso para fazer com que o projeto seja analisado no Plenário do Senado antes de ser encaminhado à Câmara. Para isso, o partido tem cinco dias para angariar apenas nove assinaturas entre os 81 senadores.

A senadora Ideli Salvati (PT/SC) se manifestou contrária ao projeto. Ela alerta para o perigo de as crianças serem pressionadas a melhorar seu desempenho para contruibuir com a renda das famílias beneficiadas. "Não é correto colocar sobre as crianças a responsabilidade da melhoria da renda da família. Esta proposta não estimula em nada a melhoria do ensino", protestou. "Os professores também podem ser coagidos a dar boas notas", acrescentou.

O senador cristóvão Buarque (PDT/DF) saiu em defesa da proposta do PSDB. Segundo ele, a base do governo é contra tudo que for proposto para melhorar seus programas. "Acho que na verdade o governo não quer pagar mais pelo programa", afirmou.

Para o senador, que foi o primeiro ministro da Educação do governo Lula, a reação do governo é uma discriminação contra os alunos pobres. "Discriminação de verdade é achar que só filho de rico é que pode ser cobrado a ter boas notas para viajar para a Disney. Pobre tambérm tem que ser conbrado a ter uma nota melhor", opinou.