O desembargador Paulo Inácio Lessa negou na manhã desta sexta-feira (12) que o requerimento de aposentadoria, feito e concedido ontem, tenha sido motivado por medo de possíveis penalidades do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que recentemente puniu 10 magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por participação em esquema de desvio de recursos.
Lessa explicou que o pedido de aposentadoria por tempo de serviço é um plano pessoal antigo, a ser concretizado quando completasse 30 anos de carreira, prazo atingido em novembro passado.
Acrescentou ainda que mesmo aposentado continua respondendo a quaisquer ações. “Se forem encontradas irregularidades serei punido. Saio do Poder Judiciário porque estou cansado e não por temer nada”, pontuou.
O desembargador admitiu a existência de grupos dentro do Tribunal. A afirmação foi feita quando Lessa negou as denúncias contra ele e sua esposa por suposto recebimento de créditos de aproximadamente R$ 1 milhão. Lessa argumentou que os números foram manipulados criminalmente pelo “grupo” de oposição. “Nunca recebi R$ 1 milhão como foi exposto. Essas planilhas foram maquiadas criminalmente e isso ficará provado pelo CNJ”.
Sobre as acusações, o desembargador garante que o CNJ vai comprovar sua inocência. Ele também defendeu os filhos, advogados Fábio e Paulo Lessa de suposto envolvimento no esquema de vendas de sentenças.
O processo que originou a punição aos três desembargadores, incluindo o ex-presidente Mariano Travassos, e sete magistrados do TJMT, teve início no período em que Lessa presidiu o Tribunal. As investigações foram feitas pelo então corregedor Orlando Perri.