Milhares de seguidores do ex-premiê tailandês Thaksin Shinawatra derrubaram hoje os controles de segurança montados nos acessos a Bangcoc para participar dos protestos para tirar o Governo atual, convocados para domingo.
Os "camisas vermelhas", como são conhecidos os simpatizantes de Shinawatra, trazem tensão à capital tailandesa com o passar das horas, o que levou muitas lojas a fechar as portas.
Entretanto, os líderes do protesto garantem que tudo será pacífico e não será nem sombra do que ocorreu em abril, quando duas pessoas morreram e outras 120 ficaram feridas nos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.
O Governo do primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva (que também é líder do Partido Democrata), espalhou cerca de 50 mil soldados, policiais e forças paramilitares por toda Bangcoc, principalmente nas áreas próximas à sede do Executivo e alguns ministérios.
Desde quinta, uma lei instituiu o toque de recolher, a chegada do Exército às ruas para colaborar na manutenção da segurança e o veto do direito a se reunir.
A maioria dos manifestantes vem do norte do país, região mais povoada e principal reduto de Shinawatra, um ex-coronel da Polícia que virou multimilionário e fez uma carreira política meteórica.
Após vencer com discursos populistas e nacionalistas as eleições gerais em janeiro de 2001, ele perdeu o poder das mãos dos militares em setembro de 2006. A polêmica começou pela descoberta da venda de parte de seu império empresarial por US$ 1,9 bilhão numa operação "livre de impostos".
Esta manifestação é mais um episódio na profunda crise política que vive a Tailândia desde o golpe.
Embora os seguidores do ex-premiê tenham recuperado o poder nas eleições de dezembro de 2007 que restabeleceram a democracia, saíram do Governo no ano seguinte, quando o Supremo dissolveu seu partido por fraude eleitoral ao aplicar a Constituição redigida e aprovada durante o período militar.
Vejjajiva, do então opositor Partido Democrata, aproveitou a conjuntura para estabelecer uma aliança parlamentar e formar Governo, o que fez a Frente Unida, de Shinawatra, exigir a dissolução do Parlamento e eleições.
O ex-premiê, foragido por problemas com a Justiça, acompanha tudo de longe e se comunica com seus partidários por telefone.