A instalação da indústria do Grupo Vicunha Têxtil em Cuiabá acalorou a troca de farpas em torno das políticas de incentivos fiscais entre o governo do Estado e do Município. Momentos antes da solenidade de assinatura do convênio que estabelece os benefícios à Vicunha, ação que une Blairo Maggi (PR) e Wilson Santos (PSDB), o republicano sugeriu que o tucano estaria utilizando dois pesos e duas medidas no momento de se posicionar sobre a política fiscal.
“Porque serve para ele e não para os outros?”, disparou Maggi indagando sobre os motivos de Santos comparecer à solenidade e não "reclamar" sobre a política de benefícios. O questionamento do governador é ilustrado pelas freqüentes declarações de Santos rechaçando os incentivos estaduais.
O prefeito diz ser favorável ao programa de benefícios, mas, acusa o Estado de beneficiar grupos aliados ao chefe do Executivo estadual. Ontem (15), por exemplo, durante entrevista ao programa Cidade Independente na Rádio Cidade 94,3FM, Santos esbravejou: “Eu sou contra a malandragem para beneficiar ‘amiguinhos’”, após ser questionado sobre o assunto.
Baseado em informações do relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o prefeito informou que o programa precisa ser modificado para atender mais empresas e contribuir para o desenvolvimento do Estado. “A lei foi mudada para beneficiar ‘amiguinhos’. É um equivoco aceitar a distorção atual, como a exclusão do comércio dos incentivos fiscais. Está ai o estudo do TCE que indica a necessidade de um ajuste”, afirmou.
Vicunha
A previsão é que a indústria do Grupo Vicunha Têxtil em Cuiabá gere cerca de 10 mil empregos em Cuiabá.
A Vicunha é a maior indústria têxtil da América Latina, com mais 40 anos de experiência no mercado. Empresa de capital aberto e líder em diversos segmentos da indústria têxtil, conta atualmente com unidades nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Parte significativa da produção é destinada à exportação ou comercializada através de subsidiárias na Argentina e na Europa. A empresa produz e comercializa índigo, brim, fibras e filamentos. Está entre os maiores produtores mundiais de índigo e brim, sendo responsável por cerca de 40% da produção nacional.
