O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que já demonstrou "com palavras e fatos" seu compromisso com a paz, em resposta às declarações dadas pela secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.

"O governo de Israel provou no último ano seu compromisso com a paz, tanto em palavras como em fatos", informou em comunicado a partir de seu escritório para o jornal "Haaretz".

Horas antes, Hillary tinha afirmado em reunião com seu colega irlandês, Micheal Martin, que Israel "deve demonstrar seu compromisso" com o processo de paz no Oriente Médio.

A secretária americana negou, no entanto, que a relação bilateral atravesse uma crise por causa do anúncio de construção de 1,6 mil casas em uma colônia judia em Jerusalém Oriental na semana passada, durante a estadia na região do vice-presidente Joe Biden.

Dias antes, o embaixador de Israel nos EUA, Michael Oren, disse em um encontro com diplomatas que as relações entre ambos os países atravessam a pior crise nos últimos 35 anos, segundo o "Haaretz".

Nesta terça-feira, Netanyahu citou como exemplo de sua vontade de alcançar a paz o discurso feito em junho passado na Universidade Bar-Ilan, no qual aceitou publicamente pela primeira vez a criação de um Estado palestino para resolver o conflito do Oriente Médio.

Também aludiu à retirada de parte das centenas de barreiras ao movimento colocadas pelo Exército israelense no território palestino ocupado da Cisjordânia e à decisão o novembro passado de paralisar parcialmente a construção nas colônias judias da Cisjordânia durante dez meses.

O premiê israelense acusou, entretanto, os palestinos de "orquestrar uma campanha de deslegitimação de Israel nos organismos internacionais" e os culpou pela paralisia do processo de paz, estagnado há mais de um ano.

A secretária de Estado e Netanyahu estarão em Washington a partir do próximo final de semana, quando ambos devem participar da reunião anual do "lobby" pró-israelense americano, Aipac (American Israel Public Affairs Commitee).