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Terça-feira, 21 de maio de 2024

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Banco Mundial prevê crescimento de 9,5% para China

O Banco Mundial (BM) se mostrou hoje otimista em relação ao futuro da economia da China, prevendo um crescimento de 9,5% para o país em 2010, mas alertou a Pequim sobre os perigos da bolha imobiliária e do endividamento dos Governos locais e pediu a flexibilização da moeda chinesa, o iuane.


Em entrevista coletiva para apresentar suas previsões para a China em 2010, o BM cifrou o crescimento da economia chinesa em 1,5 ponto percentual a mais que o objetivo de 8% fixado pelo Governo chinês.

Isso significaria um crescimento trimestral médio de 8,8% da economia chinesa, relativamente fácil de conseguir levando em conta que na segunda metade de 2009 já foi de aproximadamente 10%, destacou a entidade em seu relatório. Além disso, o documento acrescenta que "o crescimento deve continuar robusto em 2011".

O Banco também ressaltou que não há previsões de um aumento excessivo da inflação, que deve ser de 3,5% a 4%. Segundo a instituição, o crescimento mudará "sua natureza" a respeito de 2009, com uma queda dos investimentos estatais e uma recuperação contínua das exportações.

De acordo com o economista Louis Kuijs, autor do relatório, a mudança na estrutura do crescimento também significará uma maior participação do setor imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB), algo que segundo ele já foi notado no final do ano passado.

Assim como os Estados Unidos, o Banco Mundial também pede à China que flexibilize a taxa de câmbio do iuane em relação ao dólar.

Após uma gradual mas ininterrupta valorização entre 2005 e 2008 (cerca de 20% em relação ao dólar), a moeda chinesa está praticamente estável desde o início da crise financeira, retornando às tendências deflacionistas do período 2000-2005, adverte o BM.

"A política monetária tem um papel-chave em conter os riscos da inflação", aponta Kuijs. Para ele, "mais flexibilidade na taxa de câmbio contribuiria para isso".

Segundo o BM, os dois principais focos de risco para a economia chinesa são a bolha imobiliária, com altas de até 30% no preço dos imóveis nas grandes cidades chinesas, e o endividamento de muitos Governos locais do país, que recorrem justamente a projetos imobiliários para se financiarse).

Ainda assim, para a entidade, "as incertezas são menores que em 2009".

O caso do déficit local também foi abordado hoje em outra entrevista coletiva em Pequim, na qual o economista Victor Shih calculou em US$ 1,6 trilhão as dívidas dos Governos municipais, valor equivalente a um terço do PIB chinês.

Shih alerta que os Governos locais chineses embarcaram em uma "onda gigantesca" de financiamento de projetos de desenvolvimento por meio de empréstimos bancários para promover investimentos e cumprir com os planos de estímulo do Governo central.

O US$ 1,6 trilhão em créditos não estaria computado na relação oficial entre dívida e PIB da China, que está em torno de 22%, adverte o analista.

No entanto, o professor enfatizou que Pequim possui margem de manobra para remediar a situação, por meio da firme restrição de mais crédito bancário às entidades locais, algo que o Governo chinês já começou a realizar em janeiro.

O PIB da China cresceu 8,7% em 2009, apesar do desastre que a crise financeira global causou nas exportações nacionais (motor do crescimento chinês durante décadas), graças a um plano de estímulo estatal de US$ 500 bilhões para fomentar o consumo interno.

Em 2010, Pequim já anunciou que as medidas de estímulo serão reduzidas para evitar o reaquecimento de certos setores, o que, segundo o BM, terá como resultado um retorno do importante papel das exportações na economia chinesa.

No entanto, a instituição avalia que já estão definidas as bases para que mude o modelo econômico chinês e este, a médio prazo, se volte mais para seu mercado interno e menos para o exterior.

"A China está fazendo progressos no reequilíbrio de sua economia, mudando o papel do Estado e levando em conta a interação com o resto do mundo", destacou o BM nas conclusões de seu relatório.
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