Os Estados Unidos e a Rússia anunciaram nesta quarta-feira que os chefes de Estado dos dois países se reunirão em Praga, no dia oito de abril, para assinar um novo tratado nuclear, em substituição ao antigo Start [sigla em inglês para Tratado de Redução de Armas Estratégicas], que venceu no mês de dezembro, anunciou a Embaixada russa na capital da República Tcheca.

Horas antes, o embaixador russo, Alexey Leonidovich Fedotov, havia informado ao presidente tcheco, Vaclav Klaus, a intenção de que Praga sediasse a conclusão do acordo, e após a aprovação de Klaus, a data foi marcada.

O anúncio foi feito após uma série de conversas bilaterais sobre o tema. Há vários meses, Moscou e Washington realizam negociações em Genebra para acertar um novo tratado de desarmamento estratégico, que deverá substituir o Start 1, assinado em 1991.

Há mais de seis meses, negociadores americanos e russos se reúnem regularmente em Genebra para elaborar o novo documento. O presidente americano, Barack Obama, e o líder russo, Dimitri Medvedev, acordaram em julho passado buscar um novo texto, cortando os arsenais de ambos os lados para um total de ogivas variando entre 1.500 e 1.675 ogivas, cada um.

O Start 1, assinado pelos ex-líder soviético Mikhail Gorbatchov e o ex-presidente americano George H.W. Bush, exigia que os dois países reduzissem suas ogivas em ao menos um quarto, para cerca de 6.000, e implementassem medidas para verificar se o outro lado está cumprindo o tratado.

Um texto mais recente de desarmamento nuclear entre os dois rivais da Guerra Fria, assinado por George W. Bush e o então presidente russo, Vladimir Putin, limita o arsenal de cada país a 2.200 ogivas, até 2012.

A Rússia insistia que o novo tratado regulasse também o desenvolvimento dos sistemas de defesa antimísseis, enquanto que os EUA consideravam que este era um tema que deveria ser negociado separadamente.

Moscou também foi relutante em conceder aos especialistas dos EUA o acesso aos dados da Rússia sobre novos testes de mísseis.

Qualquer acordo teria de ser ratificado pelos legislativos de ambos os países, e o anúncio desta quarta-feira reflete que já houve consenso acerca dos documentos necessários para a assinatura do novo acordo, informou uma fonte da Presidência russa.