O bispo de Waterford e Lismore, William Lee, considerou hoje "seriamente inadequada" suas próprias atitudes nas investigações sobre abusos sexuais cometidos contra menores por um sacerdote da mesma diocese, no sudeste da Irlanda.
Em comunicado enviado à emissora irlandesa "RTE", o bispo pediu perdão por demorar dois anos para informar à Polícia sobre as acusações feitas por três pessoas em 1993, quando já eram adultos, sobre os abusos sexuais sofridos por um sacerdote, a quem eles não identificam.
Na nota, o bispo lamenta que não tivesse ordenado a suspensão imediata das responsabilidades eclesiásticas do padre acusado de pedofilia. Em vez de suspenso, o sacerdote foi apenas transferido para outra paróquia.
Lee conta que se reuniu com as supostas vítimas pela primeira vez em dezembro de 1993 e em várias outras ocasiões no ano seguinte para ouvir as denúncias. Ele também afirma que não pediu a eles para ficarem em silêncio, como ocorreu em outros casos de pedofilia.
O bispo também assinala que "ficou satisfeito" com relação à veracidade das acusações graças às provas apresentadas pelas vítimas.
Ainda assim, acrescenta Lee, o sacerdote foi transferido a outra paróquia depois de um atestado psiquiátrico assegurar que o suspeito podia continuar trabalhando com menores sem risco algum para eles.
No entanto, o bispo reconheceu que suas atitudes tinham sido "seriamente inadequadas" em outubro de 1995. Na época, as autoridades eclesiásticas estavam prestes a publicar as novas linhas de atuação para abordar denúncias de abusos sexuais e isso motivou Lee comunicar as denúncias do padre à Polícia.
Seis semanas depois, o sacerdote foi exonerado de seu Ministério. Não se sabe, por enquanto, se ele teve contato com menores durante os dois anos que Lee atrasou a suspensão.
O bispo acrescenta na nota que as três vítimas decidiram não apresentar acusações contra o padre nos tribunais irlandeses.