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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Mario José Paz, o Maradona de 'Viver a vida', experimenta a fama

Basta ele aparecer na sacada de sua pousada em Búzios para os fãs, aglomerados na entrada da Vila do Mar, darem início ao alvoroço. Entre gritos de “Maradona!!!” e pedidos de fotos, Mario José Paz acena, e os turistas, de Santa Catarina a Minas Gerais, vão à loucura. Diante da insistência, o argentino de “Viver a vida” resolve descer, abre o portão verde da entrada — agora sempre fechado — e se lança na multidão, pedindo cuidado. A realidade é que a vida tranquila que Mario buscou em Búzios, quando lá chegou, em 1978, virou coisa do passado. Uma simples ida à Rua das Pedras para posar para as fotos da Canal Extra, em plena segunda-feira, e o ator se vê rapidamente rodeado por fãs, que o elegeram o ponto turístico mais disputado do balneário.


— É fascinante! Uma das coisas mais extraordinárias desse momento que eu estou vivendo é que terá fim assim que a novela acabar. Se não passasse, ficaria mais preocupado, talvez teria outra atitude. Mas estou encantado — diz.

E esse frenesi todo não é por um Thiago Lacerda, Mateus Solano ou mesmo um José Mayer. Mesmo fora dos padrões de galã — ele não é jovem, sarado e nem é dono de uma beleza que faz as mulheres tremerem na base —, Mario José Paz virou sensação com o público na pele de Maradona e é disputado pelas belas Dora (Giovanna Antonelli) e Soraia (Nanda Costa), além de ter encantado a pequena Rafaela (Klara Castanho). E é aí que muita gente se pergunta: o que será que esse argentino tem?

— Ele é extremamente querido e interessante. É incrível! Dá vontade de conhecer mais — diz Nanda.

Confusão: Mario ou Maradona?

Convidado para participar de apenas três capítulos de “Viver a vida”, o argentino, de 58 anos, cativou a todos de tal forma que não teve jeito: Maradona, que antes era Garcia, ficou de vez. Nem o autor Manoel Carlos conseguiu resistir.

— Na sinopse, Dora arruma um emprego como garçonete. Então, pedi um argentino para uma “ponta”, como dono do restaurante. Mas quando vi o Mario no ar e a química entre ele, Dora e Rafaela, comecei a aumentar o papel. Maradona tomou vida própria e voou até onde está hoje. Lá em cima, na preferência do público. Lá em cima, na minha preferência — conta Maneco, que ainda não decidiu se Dorita vai sucumbir aos gracejos do argentino, e nem se ele será o pai do filho que ela espera.

Se antes apenas os moradores de Búzios sabiam quem era o argentino — proprietário da pousada Vila do Mar e do restaurante Sinatra, dono do único cinema da cidade, o Gran Cine Bardot, e o primeiro secretário de Cultura de Búzios —, hoje o Brasil conhece Mario José Paz. Quer dizer, mais ou menos. É que, para os telespectadores, Mario já virou Maradona. A pousada do ator, numa rua transversal à badalada Rua das Pedras, virou “point”. E a pergunta que os recepcionistas mais ouvem é: “Essa é a pousada do Maradona?”.

— As pessoas não vêm encontrar o Mario, vêm encontrar o Maradona. Então, quando me encontro com os fãs, tento ser 100% o Maradona. Senão, sairia correndo, porque não tenho o menor interesse que tirem fotos minhas — explica o empresário que, por causa da confusão de identidades, prefere não dar autógrafos.
Para interpretar o argentino de “Viver a vida”, bastou Mario buscar referências em tipos com que já esbarrou na vida.

— Garcia é um personagem muito conhecido por mim, porque ele é típico de balneários, onde chegam figuras que encontram refúgio para desenvolver suas personalidades sem censura — conta.

Paixão imediata por Búzios

Nessas horas, Mario também fala de si mesmo. Nascido e criado com rígidos costumes na cidade de Rosário, o argentino concluiu, em 1978, o curso de Direito apenas para agradar a mãe. Foi ela, inclusive, quem buscou o diploma do filho, que àquela altura já estava em Ibiza, na Espanha, curtindo a vida. No mesmo ano, quando chegou a Búzios apenas para visitar um amigo por uns dias, Mario encontrou na cidade a liberdade para levar a vida que desejava. E com bastante descontração:

— Passei muito tempo indo ao banco de cuecas. Obviamente, ninguém notava que era cueca, achavam que era sunga, mas era importante para mim mostrar que minha credibilidade não passava por eu usar terno ou não, como fazia quando jantava todas as noites com minha família.

Estripulias como essa, aliás, ficarão para trás até o fim da novela. Mas Mario encontrou novas formas de se divertir. Além de enfrentar com bom humor a legião de fãs que o segue em Búzios, ele ainda leva Maradona para “passear” no shopping, na companhia de Manuela, sua filha mais nova, de 14 anos, fruto de seu casamento com a produtora cultural Ana Paz.

— Falei com a Ana que temos que levar o Maradona para Portugal, porque ele é uma figuraça por lá — diz, rindo, o ator.

A arte imita a vida

Quando aceitou o convite da produção da novela para dar vida a Garcia, apenas seu segundo papel na televisão — Mario havia feito uma participação como um árabe em “Caminho das Índias” —, o argentino, naturalizado brasileiro, sentiu o peso da insegurança. Além da pouca experiência na telinha, Mario ainda teve que enfrentar roteiros em português, o que dificultou o trabalho.

— Foi como se tivesse aprendido a dançar na pista do circo, com ursos e leões, pois entrei em uma novela que já estava andando — conta ele.

As primeiras cenas, lembra, foram uma comédia de erros, com Mario tapando a luz e saindo de quadro constantemente. Na adaptação às técnicas de estúdio, o ator destaca a ajuda de Giovanna Antonelli.

— Mario entrou na novela com o coração aberto desde o começo. Não só para interpretar, mas também para aprender e ouvir. Nos tornamos grandes parceiros — conta a atriz.

Mas toda a descontração foi deixada de lado quando Mario gravou a sequência em que o restaurante de Maradona pegou fogo. O argentino usou referências reais para criar o pânico sentido pelo personagem. Resultado: a pressão subiu e o ator foi parar no posto médico.

— Foi fortíssimo! Estava gripado e perto do fogo criado pela cenografia. Além disso, pensei na pousada, no cinema, no restaurante... Tudo isso criou uma situação emocional muito forte. Minha pressão subiu e tivemos que dar uma paradinha — conta o ator.


‘Mi nombre es James Bond’

Dono de uma coleção de 3500 DVDs, Mario diz que sua verdadeira escola de atuação foi o cinema. A paixão é tanta que, quando jovem, o argentino passou quatro anos dizendo, na frente do espelho, a famosa frase “My name is Bond, James Bond”.

Em 1995, depois de quase ir à falência, o empresário inaugurou o Gran Cine Bardot, e lembra como se fosse hoje da sensação de ouvir a voz de Dustin Hoffman no filme “Rainman”, o primeiro projetado no cinema.

Desdobrando-se entre as funções de empresário, ator e pai de família, Mario sabe que, em breve, sua vida vai voltar ao normal. Se há espaço para outra novela, ele ainda desconhece. Certeza mesmo, só a de que quer estar ao lado de sua família, seu cinema e sua pousada em Búzios. Sempre.



A Dorita de Mario na vida real

Disputado na ficção, Mario José Paz tem dona há nada menos que 26 anos. A Dorita da vida real é a produtora cultural Ana Poppe Paz, de 45, com quem é casado e tem três filhos: Miguel, de 21, Francisco, de 16, e Manuela, de 14. Os dois se conheceram em 1985, quando ingressaram juntos em um curso de atuação na Casa das Arte de Laranjeiras (CAL). Ana lembra até hoje do momento em que ficou enfeitiçada pelo argentino durante uma aula inaugural, que tinha a atriz Marília Pêra como palestrante:

— Ele estava em um canto da sala, de pé. Lembro-me muito dessa imagem. E aquele cara era o meu foco de interesse.

Mas a produtora faz questão de frisar que Mario teve que suar muito a camisa para conquistá-la. O primeiro presente dado à futura mulher foi — acredite! — um palito de picolé.

— Eu perguntei para ele: “O que é isso?”. Ele disse: “O começo”. Aí, quando vi, tinha o número do telefone dele — conta Ana.

O primeiro encontro não marcou pelo romantismo. O local escolhido por Mario foi uma birosca na Lapa. Mas foi nessa noite, quando o pretendente a livrou de um possível assalto, que a moça da Zona Sul se apaixonou de vez pelo “cara estranho” com quem estudava.

— Ele ia para a aula de corpo na CAL com uma calça de malha marrom, que estava toda rasgada na costura, e aí colocava uma sunga preta por cima. Ficava parecido com o Super-Homem — lembra Ana.

Vivendo a turbulência que a fama trouxe à família, Ana acha graça de o marido ter se tornado astro da Globo. E ri, com Mario ao lado, ao lembrar que sentiu ciúmes de Giovanna Antonelli no começo da novela.
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