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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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BBB10 prova que brasileiro é muito menos tolerante do que pensa

Era pra ser um BBB da diversidade, lá dentro da casa. Acabou sendo um BBB da intolerância, aqui fora do programa. Isso a ponto de o paredão mais importante do reality, o de Dicesar contra Dourado, ter sido recebido pelo público com alívio, mais do que qualquer outro sentimento. O fim da pressão, da opressão, dos emails malcriados, dos xingamentos na internet, dos rótulos dados às pressas, das justificativas sem pé nem cabeça, mas que aliviam – “se é diferente de mim, está errado”. Será?


O que vimos nesta edição do Big Brother Brasil é que o brasileiro é menos tolerante com o diferente do que prega ser. Bem menos. O jogo aconteceu aqui fora, muito mais do que lá dentro. E aqui fora, a agressividade deu o tom. A chamada “Máfia Dourada”, a torcida do lutador, encheu o Orkut de Dicesar – e outros lugares “virtuais” de torcedores do maquiador, como Twitter e Formspring – de agressões e ameaças. Ao mesmo tempo, quem torceu para Dourado instantaneamente ganhou dos simpatizantes de Dicesar a pecha nada simpática de homofóbico, nazista, fundamentalista.

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Não é difícil imaginar o desgosto com que Dicesar e Dourado vão perceber o circo em que se transformou esta disputa fora do BBB. O maquiador, o primeiro a afirmar que o lutador era homofóbico, disse em um chat, assim que saiu da casa, que “Dourado não é tão homofóbico assim”. Dourado, por sua vez, certamente não vai gostar nada de ver seu nome envolvido em tanta confusão aqui fora, seja por sua própria ética, seja porque realmente vai pegar mal para sua imagem, enfim. A questão é: fugiu ao controle de todo mundo, e virou uma imitação perigosa do que acontece, por exemplo, em dia de decisão no futebol.

Se o Corinthians perde para o São Paulo, por exemplo, o Ronaldo faz o quê? Fica triste, mas vai pro seu apartamento de milhões de dólares ficar com a mulher e depois dormir, porque no dia seguinte tem que treinar. Não vai sair hackeando site, fazendo furdunço em estação de trem, procurando rival pra descontar a frustração. Os torcedores do BBB10, tal qual os torcedores de futebol mais fanáticos, criaram uma identidade temporária que legitima tudo – invadir site de ONG, destilar rancor pelo Twitter, fazer ameaças no Orkut.

A Globo queria que a diversidade saísse do armário, mas não contava com o ingrediente secreto do público: sua própria intolerância. A massa desandou, cresceu demais, virou um monstro. Monstro esse que nem o bonito discurso de Bial conseguiu varrer pra baixo do tapete.

Lele Siedschlag é Editora de Famosos e TV do Portal R7
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