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Sábado, 04 de maio de 2024

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Israel restringe circulação na Cisjordânia durante a Páscoa

Israel restringiu a circulação na Cisjordânia e no acesso à Mesquita de Al-Aqsa durante a semana em que os judeus comemoram a Páscoa, em um momento de crescente tensão com os palestinos.


Nas últimas semanas, Jerusalém foi cenário de uma das maiores ondas de distúrbios em diversos anos, provocados em grande medida pelos rumores de que a reforma de uma sinagoga do século XVII faz parte de um plano criado por extremistas judeus para destruir a mesquita de Al-Aqsa, considerada um dos lugares sagrados mais importantes do Islã.

Os boatos surgiram em um momento de tensão entre palestinos e israelenses, depois do início dos planos de expansão das colônias judaicas em Jerusalém Oriental, que enfureceram os Estados Unidos e geraram ceticismo em relação às negociações de paz na região.

A polícia israelense anunciou que todos os homens muçulmanos de menos de 50 anos não poderão entrar no complexo religioso, sagrado tanto para judeus como para muçulmanos. A polícia não informou quando a restrição terminará.

As autoridades também restringiram o acesso a Israel a partir da Cisjordânia, fechando alguns postos de controle do tráfego e permitindo o ingresso somente por questões médicas ou de ajuda humanitária, e de profissionais e estudantes com permissão.

As restrições de circulação na Cisjordânia, que são adotadas todos os anos durante a época de Páscoa, serão suspensas em 6 de abril.

A polícia israelense indicou que estaria preparada para impedir qualquer tentativa de entrada no local por parte de extremistas judeus ou de ativistas muçulmanos para provocar qualquer manifestação anti-israelense.

"Milhares de policiais foram deslocados por toda a cidade", afirmou no domingo o comandante Nissim Edri à rádio pública israelense.

A Esplanada das Mesquitas, onde se encontram a mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha, é considerada o terceiro lugar mais importante do Islã e o mais importante para os judeus, que o chamam de Monte do Templo.

Os muçulmanos são extremamente sensíveis a qualquer mudança no status do complexo religioso, e muitos acreditam que os judeus pretendem construir um novo templo na esplanada, sobre o local do Segundo Templo, destruído pelos romanos no ano 70.

Ainda que vários grupos extremistas judeus tenham prometido construir um terceiro templo sagrado, as autoridades políticas e religosas de Israel negaram a ideia em diversas ocasiões.

O status de Jerusalém é um dos assuntos mais espinhosos nas negociações entre Israel e os palestinos, e está debaixo do tapete desde que os esforços recentes dos Estados Unidos em retomar o processo de paz chocaram-se com a resistência de Israel em interromper a expansão dos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental.

A ruptura ocorreu depois de uma visita do vice-presidente americano, Joe Biden, a Israel durante a qual se anunciou, no último dia 9 de março, a construção de 1.600 residências nas colônias judaicas.

O presidente americano, Barack Obama, reuniu-se na semana passada com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e pediu a adoção de uma série de medidas que restaurassem a confiança entre as partes, afirmaram oficiais da Casa Branca.

Benny Begin, um membro do gabinete de segurança israelense, assegurou à rádio pública nesta segunda-feira que as exigências de Washington seriam contraproducentes.

"A pressão exercida pelos americanos terá o efeito oposto e incitará os palestinos e árabes a adotarem posições mais extremas", completou Begin.

"Jesuralém unida é a capital de Israel e de nenhuma forma renunciaremos a nossa soberania", completou.

Israel anexou Jerusalém Oriental em 1967, decisão que não foi reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinos consideram Jerusalém Oriental a capital de seu futuro Estado.
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