A Comissão Especial para a Reforma do Código Florestal Brasileiro vai convidar os dirigentes do Bradesco, Volkswagen, Coca-cola, Colgate-Palmolive e a American Express para debater as propostas de leis ambientais e alterações no Código Florestal. Os deputados aprovaram requerimento do deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP) para realização de audiência pública presidida pelo deputado Moacir Micheletto (PMDB/PR). A data ainda não foi confirmada.

Estas empresas são apoiadoras e financiadoras da Fundação SOS Mata Atlântica que promove a campanha “Exterminadores do Futuro”, criada para listar os parlamentares identificados com o setor agrícola brasileiro. A reunião será realizada no Plenário 9 do anexo II.

A comissão especial também aprovou o requerimento apresentado pelo deputado Bene Camacho (PTB-MA) convidando dirigentes do Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e o ministro do Tribunal de Contas da União para debater e justificar a baixa liberação de financiamento para reflorestamento, recuperação de área degradada e adequação ambiental. Foram convidados também a debater a legislação ambiental o promotor de justiça, da Comarca de Franca (SP), Fernando de Andrade Martins, e o presidente nacional de engenheiros, Murilo Celso de Campos Pinheiro.

“Nossa intenção é discutir e debater as causas e conseqüências das alterações do Código Florestal com os financiadores para que esta Casa possa adotar um posicionamento mais efetivo em relação ao assunto", explicou Aldo Rebelo, relator da Comissão Especial.

Para o deputado Micheletto, “essas empresas têm o dever de vir aqui dar explicações e citar os motivos pelos quais financiam essa campanha cujo objetivo é nos intimidar e manchar o nome de todos aqueles parlamentares que defendem o progresso da agricultura e da pecuária brasileiras”.

Durante a audiência pública, requerimento do deputado Ivan Valente (PSOL/SP), apresentado extra-pauta, foi aprovado pelos membros da Comissão Especial. Ele quer que representantes das empresas Aracruz Celulose, Bunge Alimentos, Klabin, Sadia, Companhia Siderúrgica Nacional, Caemi Mineração e Metalurgia e Votorantim Celulose e Papel também participem dos debates sobre as mudanças da legislação ambiental. Segundo Valente, essas empresas, “algumas estrangeiras e outras com grande participação de capital estrangeiro, são financiadoras de campanhas eleitorais ligadas ao agronegócio”.

Os debatedores da tarde de hoje, Renato Caiaffo da Rocha, presidente da Federarroz (RS) e o engenheiro florestal Dársio Calais, da Associação Mineira de Silvicultura, defenderam as mudanças na legislação ambiental brasileira. As informações são da assessoria de imprensa do deputado Moacir Micheletto.