A filiação do ex-procurador da República professor Pedro Taques ao PDT continua repercutindo entre os líderes políticos de Mato Groso. Desta vez, quem opinou foi o presidente da Assembléia Legislativa, José Geraldo Riva (PP). Primeiro, o deputado estadual deu "parecer favorável" ao ato de Taques, dizendo que enquanto mais gente entrar na política melhor. Depois, o presidente da mesa sugeriu que as ações encabeçadas pelo pedetista no Ministério Público Federal tinham, na verdade, pretensões políticas.

Questionado pelo Olhar Direto sobre os impactos que a possibilidade de um ex-membro do MPF, que fez carreira investigando o crime organizado, teriam sobre o cenário político local, Riva ponderou. De imediato, o parlamentar afirmou que “enquanto mais gente entrar na política melhor”.

Depois, provocou. “É bom mesmo que ele se torne um político para conhecer nossa realidade. Vivenciar o que vivenciamos. Assim ele vai compreender que não é fácil ser um político”. Em seguida, o deputado sugeriu que todo o trabalho desenvolvido pelo ex-procurador dentro do Ministério Público teve motivações eleitorais. “Me perguntaram dias desse se tudo que ele fez na profissão não foi feito já visando esse caminho político. Porque se sim é muito estranho, né?”.

Riva tem contra si 118 ações civis e penais por crimes contra o erário público. De acordo com o Ministério Público matogrossense, ele é o chefe do braço político remanecente do esquema do ex-comendador - Arcanjo Ribeiro, que dominava o jogo do bicho, o tráfico de armas e de drogas no Centro-Oeste.

Arcanjo está preso em uma cadeia federal no Mato Grosso do Sul e o ex-procurador federal e pré-candidato ao Senado foi um dos responsáveis pelas denúncias que culminaram na punição do bicheiro.