O Ministério Público Estadual requisitou, na segunda-feira (29), da Delegacia Especializada em Defesa da Mulher, da Criança e do Adolescente e do Idoso de Várzea Grande a instauração de inquérito policial para apurar denúncia de que uma adolescente de 14 anos foi vítima de violência física, abuso sexual e vinha sendo mantida em cárcere privado, em uma residência no Parque Mangabeiras. Os fatos chegaram ao conhecimento do Ministério Público por meio do Conselho Tutelar da cidade.

Consta no relatório de atendimento do Conselho, que na residência onde a adolescente era mantida em cárcere privado existiam mais três pessoas, sendo um casal e um rapaz, que seria filho dos dois. De acordo com o depoimento da adolescente, ela morava em uma cidade do Estado do Ceará, quando foi vendida por sua mãe á referida família. O 'negócio' rendeu à mãe da garota um pedaço de terreno e mais R$ 700,00 .

Na ocasião, a adolescente tinha apenas 11 anos de idade e passou a conviver maritalmente com o filho do casal. A família mudou-se para Mato Grosso e, em Várzea Grande, conforme relatos de vizinhos ao Conselho Tutelar, a adolescente era abusada sexualmente por pai e filho. No momento em que os representantes do Conselho estiveram na residência, a adolescente foi mantida por cerca de uma hora dentro de um armário de cozinha apertado e úmido.

Após a constatação do fato, todos os integrantes da família foram encaminhados ao CISC de Várzea Grande para registro do boletim de ocorrência. Apesar da gravidade da situação, os conselheiros tutelares reclamaram ao Ministério Público que o delegado plantonista disse que não seria caso de prisão em flagrante e que iria analisar o relatório elaborado para verificar a possibilidade de instauração de inquérito. A família foi liberada pela polícia e a adolescente encontra-se abrigada no Creas.

O caso está sendo acompanhado pela Promotoria de Justiça Especializada da Violência Doméstica contra a Mulher de Várzea Grande. As informações são da assessoria do MP.