O ministro da Defesa da Alemanha, Karl-Theodor zu Guttenberg, pediu hoje desculpas pela morte de seis soldados afegãos por tropas alemãs e prometeu uma "exaustiva" investigação do caso.
Na sexta-feira, forças alemãs mataram seis soldados afegãos que, segundo as informações divulgadas até o momento, trafegavam em veículos privados e não foram reconhecidos como tais.
Em entrevista coletiva concedida em Bonn, Guttenberg explicou que, pelo que se sabe até agora, os soldados se negaram a parar diante de uma coluna de carros militares alemães que substituiria uma companhia atacada por talibãs.
Guttenberg ressaltou que "incidentes" como o de matar membros de Forças Armadas amigas não podem ser descartados "no que, na linguagem coloquial, podemos chamar de uma guerra".
Com isso, o ministro voltou a utilizar o termo 'guerra' para falar da operação no Afeganistão, algo que, segundo sua opinião, é "mais honesto".
O ministro se defendeu das críticas de que o incidente ocorreu devido à falta de equipamento no Afeganistão, especialmente de sistemas de reconhecimento.
Segundo Guttenberg, tudo aponta que, no momento do ataque aos soldados afegãos, era noite e havia uma tempestade de areia na área, situação em que pouco ajuda ter aviões de reconhecimento.
Após a experiência do bombardeio em setembro que matou civis afegãos e que derrubou vários membros do alto escalão alemão, o ministro se mostrou hoje cauteloso ao comentar o incidente de sexta-feira.
Guttenberg assegurou que aguardará um relatório detalhado sobre o ocorrido para voltar a comentar o assunto.
O ministro ressaltou a necessidade de permanecer no Afeganistão e assegurou que a morte de soldados alemães e afegãos não foi em vão, pois servirá no médio prazo para pacificar o Afeganistão e evitar que haja instabilidade em outros lugares do mundo